Rede alemã de gestão de sangue do paciente: análise da eficácia e segurança em 1,2 milhão de pacientes

Patrick Meybohm
Elke Schmitt
Suma Choorapoikayil
Lotta Hof
Oliver Old
Markus M Müller
Christof Geisen
Erhard Seifried
Olaf Baumhove
Samuel de Leeuw van Weenen
Alexandra Bayer
Patrick Friederich
Brigitte Bräutigam
Jens Friedrich
Matthias Gruenewald
Gunnar Elke
Gerd P Molter
Diana Narita
Ansgar Raadts
Christoph Haas
Klaus Schwendner
Andrea U Steinbicker
Dana J Jenke
Josef Thoma
Viola Weber
Markus Velten
Maria Wittmann
Henry Weigt
Björn Lange
Eva Herrmann
Kai Zacharowski
Autor institucional
German Patient Blood Management Network Collaborators
Título original
German Patient Blood Management Network: effectiveness and safety analysis in 1.2 million patients
Resumo

Resumo
Contexto: A Gestão de Sangue do Paciente (GSP) é uma abordagem centrada no paciente, sistemática e baseada em evidências para melhorar os resultados do cuidado pelo gerenciamento e preservação do sangue do próprio paciente, o que promove a segurança do paciente e o seu empoderamento. A eficácia e a segurança da GSP durante um período mais prolongado ainda não foram investigadas.
Métodos: Realizamos um estudo de acompanhamento prospectivo e multicêntrico, com desenho de não inferioridade. Os dados foram extraídos retrospectivamente caso a caso, a partir de sistemas eletrônicos de informações hospitalares. Todos os pacientes hospitalares (≥18 anos) submetidos a cirurgia e com alta entre 1.º de janeiro de 2010 e 31 de dezembro de 2019 foram incluídos na análise. O programa de GSP enfocou três domínios: otimização pré-operatória das concentrações de hemoglobina, técnicas de economia de sangue e adesão às diretrizes/padronização das transfusões alogênicas de produtos do sangue. Os desfechos examinados foram a utilização de produtos do sangue, um desfecho composto de mortalidade hospitalar e complicações pós-operatórias (infarto do miocárdio/acidente vascular cerebral isquêmico/insuficiência renal aguda com terapia de substituição renal/sepse/pneumonia), a taxa de anemia no momento da internação e da alta e a duração da internação hospitalar.
Resultados: Analisamos um total de 1.201.817 (pré-GSP: n=441.082 vs. GSP: n=760.735) pacientes de 14 hospitais (5 universitários/9 não universitários). A implementação da GSP resultou em uma redução substancial do uso de hemácias. O número médio de unidades de hemácias transfundidas por 1.000 pacientes foi de 547 na coorte GSP vs. 635 na coorte pré-GSP (redução relativa de 13,9%). A taxa de transfusão de hemácias na coorte GSP foi significativamente mais baixa (p<0,001), com uma razão de chances de 0,86 (0,85-0,87). A taxa de ocorrência do desfecho composto foi de 5,8% na coorte GSP vs. 5,6% na pré-GSP. O objetivo de não inferioridade (segurança da GSP) foi alcançado (p<0,001).
Conclusões: Nesta análise de >1 milhão de pacientes cirúrgicos, a condição de não inferioridade (segurança da Gestão de Sangue do Paciente) foi alcançada, e a GSP demonstrou ser superior no que diz respeito à redução da transfusão de hemácias.

Resumo original

Abstract
Background: Patient Blood Management (PBM) is a patient-centred, systematic, evidence-based approach to improve patient outcomes by managing and preserving a patient's own blood whilst promoting patient safety and empowerment. The effectiveness and safety of PBM over a longer period have not yet been investigated.
Methods: We performed a prospectively designed, multicentre follow-up study with non-inferiority design. Data were retrospectively extracted case-based from electronic hospital information systems. All in-hospital patients (≥18 yr) undergoing surgery and discharged between January 1, 2010 and December 31, 2019 were included in the analysis. The PBM programme focused on three domains: preoperative optimisation of haemoglobin concentrations, blood-sparing techniques, and guideline adherence/standardisation of allogeneic blood product transfusions. The outcomes were utilisation of blood products, composite endpoint of in-hospital mortality and postoperative complications (myocardial infarction/ischaemic stroke/acute renal failure with renal replacement therapy/sepsis/pneumonia), anaemia rate at admission and discharge, and hospital length of stay.
Results: A total of 1 201 817 (pre-PBM: n=441 082 vs PBM: n=760 735) patients from 14 (five university/nine non-university) hospitals were analysed. Implementation of PBM resulted in a substantial reduction of red blood cell utilisation. The mean number of red blood cell units transfused per 1000 patients was 547 in the PBM cohort vs 635 in the pre-PBM cohort (relative reduction of 13.9%). The red blood cell transfusion rate was significantly lower (P<0.001) with odds ratio 0.86 (0.85-0.87). The composite endpoint was 5.8% in the PBM vs 5.6% in the pre-PBM cohort. The non-inferiority aim (safety of PBM) was achieved (P<0.001).
Conclusions: Analysis of >1 million surgical patients showed that the non-inferiority condition (safety of Patient Blood Management) was fulfilled, and PBM was superior with respect to red blood cell transfusion.
 

Revista
Multicenter Study
Data de publicação
Volume
131
Fascículo
3
doi
10.1016/j.bja.2023.05.006