CONTEXTO: Os serviços de saúde mental de pacientes agudos internados relatam altos níveis de incidentes de segurança. A aplicação da teoria da segurança do paciente tem sido escassa, em especial no que diz respeito a intervenções que buscam proativamente as perspectivas do paciente. OBJETIVO(S): Desenvolver e avaliar uma ferramenta de monitoramento digital com base teórica para coletar informações em tempo real de pacientes em enfermarias de saúde mental para pacientes agudos adultos sobre suas percepções da segurança na enfermaria. DESENHO: Estudo de métodos mistos com base na teoria. Um protótipo de ferramenta de monitoramento digital foi desenvolvido a partir de uma abordagem de codesign, implementado em ambientes hospitalares e submetido à avaliação qualitativa e quantitativa. AMBIENTE E MÉTODOS: Fase 1: revisão de escopo da literatura sobre o envolvimento do paciente em intervenções de segurança no cuidado agudo de saúde mental; análise de evidências da tecnologia digital em contextos de saúde mental; entrevistas qualitativas com pacientes e profissionais de saúde mental sobre as perspectivas da segurança na enfermaria. Isso, juntamente com o envolvimento dos grupos de interesse com grupos consultivos, usuários de serviços e profissionais de saúde, embasou os processos de desenvolvimento. A maior parte da coleta de dados foi virtual. A fase 1 resultou no desenvolvimento técnico de uma ferramenta de monitoramento digital com base teórica que coletou feedback do paciente para monitoramento proativo da segurança. Fase 2: implementação da ferramenta em seis enfermarias de saúde mental aguda de adultos em dois trusts do NHS do Reino Unido; avaliação por meio de etnografia focada e entrevistas qualitativas. Análise estatística dos dados do WardSonar e dados de rotina da enfermaria envolvendo a construção de um banco de dados hora a hora, por enfermaria, permitindo uma análise detalhada do uso da ferramenta WardSonar. PARTICIPANTES: Um total de 8 pacientes e 13 profissionais de saúde mental participaram das entrevistas da Fase 1; 33 profissionais de saúde e 34 pacientes participaram das entrevistas da Fase 2. INTERVENÇÕES: Os pacientes podiam usar um aplicativo da web (a ferramenta WardSonar) para registrar percepções em tempo real da segurança da enfermaria. A equipe de profissionais podia acessar dados agregados e anônimos para informar as intervenções oportunas. RESULTADOS: As restrições impostas pela doença por coronavírus em 2019 impactaram muito o estudo. O engajamento dos grupos de interesse permeou o projeto. A fase 1 forneceu uma ferramenta digital baseada em teoria e projetada de forma colaborativa para monitoramento proativo da segurança do paciente. A fase 2 mostrou que a ferramenta era fácil de usar e amplamente aceitável para pacientes e profissionais de saúde. Os dados de segurança agregados foram usados com pouca frequência pela equipe. A viabilidade dependia da equipe engajada e da incorporação do uso da ferramenta nas rotinas da enfermaria. Há fortes evidências de que um incidente leva ao aumento da probabilidade de novos incidentes nas próximas 4 horas seguintes. Isso mede até que ponto o contágio social/comportamental persiste. Há evidências fracas que sugerem que um incidente leva a um maior uso da ferramenta WardSonar na hora seguinte, mas nenhuma que sugira que a atmosfera da enfermaria prevê incidentes futuros. Portanto, a frequência com que os pacientes usam a ferramenta parece enviar um sinal mais forte sobre possíveis incidentes do que os relatórios em tempo real dos pacientes sobre a atmosfera da enfermaria. LIMITAÇÕES: A implementação foi limitada a dois NHS trusts. A doença do coronavírus em 2019 impactou os processos de design, incluindo o envolvimento dos grupos de interesse, a implementação e a avaliação da ferramenta de monitoramento na prática clínica de rotina. Uma maior adesão poderia aumentar a validade dos resultados. CONCLUSÕES: O WardSonar tem o potencial de fornecer uma via valiosa para os pacientes comunicarem questões de segurança. A ferramenta de monitoramento WardSonar tem uma forte perspectiva do paciente e usa monitoramento proativo de segurança em tempo real, em vez da tradicional análise retrospectiva de dados. TRABALHOS FUTUROS: A ferramenta WardSonar pode ser refinada e testada ainda mais em um contexto pós-Coronavírus 2019.
BACKGROUND: Acute inpatient mental health services report high levels of safety incidents. The application of patient safety theory has been sparse, particularly concerning interventions that proactively seek patient perspectives. OBJECTIVE(S): Develop and evaluate a theoretically based, digital monitoring tool to collect real-time information from patients on acute adult mental health wards about their perceptions of ward safety. DESIGN: Theory-informed mixed-methods study. A prototype digital monitoring tool was developed from a co-design approach, implemented in hospital settings, and subjected to qualitative and quantitative evaluation. SETTING AND METHODS: Phase 1: scoping review of the literature on patient involvement in safety interventions in acute mental health care; evidence scan of digital technology in mental health contexts; qualitative interviews with mental health patients and staff about perspectives on ward safety. This, alongside stakeholder engagement with advisory groups, service users and health professionals, informed the development processes. Most data collection was virtual. Phase 1 resulted in the technical development of a theoretically based digital monitoring tool that collected patient feedback for proactive safety monitoring. Phase 2: implementation of the tool in six adult acute mental health wards across two UK NHS trusts; evaluation via focused ethnography and qualitative interviews. Statistical analysis of WardSonar data and routine ward data involving construction of an hour-by-hour data set per ward, permitting detailed analysis of the use of the WardSonar tool. PARTICIPANTS: A total of 8 patients and 13 mental health professionals participated in Phase 1 interviews; 33 staff and 34 patients participated in Phase 2 interviews. INTERVENTIONS: Patients could use a web application (the WardSonar tool) to record real-time perceptions of ward safety. Staff could access aggregated, anonymous data to inform timely interventions. RESULTS: Coronavirus disease 2019 restrictions greatly impacted the study. Stakeholder engagement permeated the project. Phase 1 delivered a theory-based, collaboratively designed digital tool for proactive patient safety monitoring. Phase 2 showed that the tool was user friendly and broadly acceptable to patients and staff. The aggregated safety data were infrequently used by staff. Feasibility depended on engaged staff and embedding use of the tool in ward routines. There is strong evidence that an incident leads to increased probability of further incidents within the next 4 hours. This puts a measure on the extent to which social/behavioural contagion persists. There is weak evidence to suggest that an incident leads to a greater use of the WardSonar tool in the following hour, but none to suggest that ward atmosphere predicts future incidents. Therefore, how often patients use the tool seems to send a stronger signal about potential incidents than patients' real-time reports about ward atmosphere. LIMITATIONS: Implementation was limited to two NHS trusts. Coronavirus disease 2019 impacted design processes including stakeholder engagement; implementation; and evaluation of the monitoring tool in routine clinical practice. Higher uptake could enhance validity of the results. CONCLUSIONS: WardSonar has the potential to provide a valuable route for patients to communicate safety concerns. The WardSonar monitoring tool has a strong patient perspective and uses proactive real-time safety monitoring rather than traditional retrospective data review. FUTURE WORK: The WardSonar tool can be refined and tested further in a post Coronavirus disease 2019 context.