Contexto: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma doença comum e incapacitante em adultos. Os dados sobre a eficácia terapêutica e os eventos adversos das opções terapêuticas comuns e o modo como as características clínicas e espirométricas afetam os desfechos não são bem conhecidos, mas são importantes para médicos que tratam pacientes com DPOC estável.
Objetivo: Avaliar a eficácia de estratégias terapêuticas para DPOC. Fontes de dados: Publicações em inglês incluídas na MEDLINE e Cochrane Library até março de 2007. Seleção de estudos: Estudos randomizados e controlados (ERCs) e revisões sistemáticas prévias de terapias inalatórias, reabilitação pulmonar, programas de gestão da doença crônica e oxigênio suplementar em adultos com DPOC.
Extração de dados: Características dos participantes, dos estudos e das intervenções; exacerbações; mortes; estado de saúde respiratório; capacidade de realizar exercício físico; eventos adversos.
Síntese dos dados: Oito meta-análises e 42 ERCs examinaram as seguintes terapias inalatórias: anticolinérgicos de curta ação (n = 7), anticolinérgicos de longa ação (n = 10), agonistas beta 2 de longa ação (n = 22), corticóides (n = 14), agonista duplo do receptor D2 de dopamina e do receptor beta 2 (n = 3) ou agonista beta 2 de curta ação associado a ipratrópio (n = 3). As evidências de terapias não farmacológicas incluíram 3 revisões de 39 ERCs com 6 ERCs adicionais sobre reabilitação, 2 revisões de 13 ERCs com 2 ERCs adicionais sobre gestão da doença e 8 ERCs sobre oxigênio. De modo geral, as terapias inalatórias de longa ação, usadas isoladamente ou em combinação, foram 13 a 25% mais eficazes que o placebo na redução de exacerbações, apresentando eficácia semelhante entre si. As melhorias médias nos escores do estado de saúde foram abaixo do que é considerado clinicamente observável. A monoterapia inalatória não reduziu as taxas de mortalidade. Corticóides inalatórios associados a agonistas beta 2 reduziram a mortalidade em termos relativos quando comparados ao placebo (risco relativo, 0,82, IC 95%, 0,69 a 0,98) e a corticóides inalatórios usados isoladamente (risco relativo, 0,79, IC 95%, 0,67 a 0,94), mas não quando comparados a agonistas beta 2 de longa ação usados isoladamente (risco relativo, 0,82, IC 95%, 0,52 a 1,28). As reduções absolutas foram de 1% ou menos, sem significância estatística. A reabilitação pulmonar melhorou o estado de saúde e a dispneia, mas não a distância caminhada. Nem os programas de gestão da doença crônica nem o oxigênio ambulatorial melhoraram os desfechos observados. O oxigênio suplementar reduziu as taxas de mortalidade em pacientes sintomáticos com hipóxia em repouso (risco relativo, 0,61, IC 95%, 0,46 a 0,82). Há evidências insuficientes que corroborem o uso de espirometria para guiar a terapia. Limitações: Só foram incluídos artigos em língua inglesa. A adesão ao tratamento, eventos adversos e eficácia podem diferir segundo o ambiente clínico. O estudo não avaliou o uso de medicamentos inalatórios de curta ação para a "terapia de resgate".
Conclusão: As terapias inalatórias de longa ação, o oxigênio suplementar e a reabilitação pulmonar são benéficos em adultos com sintomas respiratórios incômodos, especialmente dispneia, e VEF1 abaixo de 60% do esperado.
Background: Chronic obstructive pulmonary disease (COPD) is a common and disabling condition in adults. Information about therapeutic effectiveness and adverse effects of common treatment options and how clinical and spirometric characteristics affect outcomes is not well known but is important for clinicians caring for patients with stable COPD.
Purpose: To evaluate the effectiveness of COPD management strategies. Data Sources: English-language publications in MEDLINE and the Cochrane Library through March 2007. Study Selection: Randomized, controlled trials (RCTs) and previous systematic reviews of inhaled therapies, pulmonary rehabilitation, disease management, and supplemental oxygen in adults with COPD.
Data Extraction: Participant, study, and intervention characteristics; exacerbations; deaths; respiratory health status; exercise capacity; hospitalizations; and adverse effects.
Data Synthesis: Eight meta-analyses and 42 RCTs examined inhaled therapies: short-acting anticholinergics (n = 7), long-acting anticholinergics (n = 10), long-acting beta 2-agonists (n = 22), corticosteroids (n = 14), dual D2 dopamine receptor beta 2 -agonist (n = 3), or short-acting beta 2 -agonist plus ipratropium (n = 3). Evidence for nonpharmacologic therapies included 3 reviews of 39 RCTs plus 6 additional RCTs of pulmonary rehabilitation, 2 reviews of 13 RCTs plus 2 additional RCTs of disease management, and 8 RCTs of oxygen. Overall, long-acting inhaled therapies, used alone or in combination, reduced exacerbations more than placebo by 13% to 25% and had similar effectiveness to each other. Average improvements in health status scores were less than what is considered to be clinically noticeable. Inhaled monotherapy did not reduce mortality rates. Inhaled corticosteroids plus long-acting beta 2- agonists reduced deaths in relative terms compared with placebo (relative risk, 0.82 [95% CI, 0.69 to 0.98]) and inhaled corticosteroids alone (relative risk, 0.79 [CI, 0.67 to 0.94]) but not compared with long-acting beta 2 -agonists alone (relative risk, 0.82 [CI, 0.52 to 1.28]). Absolute reductions were 1% or less and were not statistically significant. Pulmonary rehabilitation improved health status and dyspnea but not walking distance. Neither disease management nor ambulatory oxygen improved measured outcomes. Supplemental oxygen reduced mortality rates among symptomatic patients with resting hypoxia (relative risk, 0.61 [CI, 0.46 to 0.82]). Insufficient evidence supports using spirometry to guide therapy. Limitations: Articles were limited to those in the English language. Treatment adherence, adverse effects, and effectiveness may differ among clinical settings. Short-acting inhalers for rescue therapy were not evaluated.
Conclusion: Long-acting inhaled therapies, supplemental oxygen, and pulmonary rehabilitation are beneficial in adults who have bothersome respiratory symptoms, especially dyspnea, and FEV1 less than 60% predicted.