Interrupções e atividades durante o fluxo de trabalho de médicos em hospital: um estudo observacional
Contexto: As interrupções no fluxo de trabalho de médicos em hospitais são um motivo frequente de estresse e podem comprometer a qualidade da prática clínica. Para melhorar a segurança do trabalho de médicos em hospitais é necessário analisar a frequência e as circunstâncias em que ocorrem interrupções no fluxo de trabalho.
Objetivo: Quantificar as interrupções no fluxo de trabalho de médicos em hospitais, identificar causas frequentes de interrupções e correlacionar essas causas com as atividades concomitantes dos médicos.
Métodos: Em um hospital típico, foram realizadas observações participantes de 32 plantões médicos. Foram coletadas informações sobre tempo e movimento [time-motion], sobre as causas de interrupção no fluxo de trabalho e sobre as atividades dos médicos. Essas informações foram submetidas a análises logit-lineares.
Resultados: A frequência de interrupções no fluxo de trabalho foi alta, especialmente na unidade de terapia intensiva e no serviço de emergência. Interrupções devidas a telefonemas e uso de pagers foram as registradas com mais frequência. A análise combinada das atividades e das interrupções concomitantes no fluxo de trabalho dos médicos revelou que a probabilidade de ocorrência de certos tipos de interrupção dependia da tarefa que o médico estava realizando.
Conclusão: O método utilizado pode ser útil na quantificação e diferenciação das causas de interrupções no fluxo de trabalho de médicos em hospitais e pode servir para aumentar a conscientização destas circunstâncias organizacionais.
Background: Interruptions of hospital doctors' workflow are a frequent stressor, eventually jeopardising quality of clinical performance. To enhance the safety of hospital doctors' work, it is necessary to analyse frequency and circumstances of workflow interruptions.
Aim: To quantify workflow interruptions among hospital doctors, identify frequent sources and relate sources to doctors' concurrent activities.
Methods: Within a typical hospital, 32 participant observations of doctors' full work shifts were carried out. Time-motion information was collected on types of workflow interruption and doctors' activities and analysed with logit-linear analyses.
Results: The frequency of workflow interruptions was high, especially on the intensive care unit and emergency ward. Telephones and bleepers were the most frequently recorded type of work interruption. The combined analysis of doctors' activities and concurrent workflow interruptions revealed that the likelihood of the occurrence of certain types of interruption depended on the tasks being carried out by the doctor.
Conclusion: The present method may be useful for quantifying and distinguishing sources of hospital doctors' workflow interruptions and useful in raising awareness of organisational circumstances.
