Atrasos na chamada dos times de resposta rápida estão associados a aumentos na mortalidade, morbidade e tempo de internação em uma instituição de cuidados terciários

BARWISE, A. ; THONGPRAYOON, C. ; GAJIC, O. ; JENSEN, J. ; HERASEVICH, V. ; PICKERING, B.W.
Título original:
Delayed Rapid Response Team Activation Is Associated With Increased Hospital Mortality, Morbidity, and Length of Stay in a Tertiary Care Institution
Resumo:

Objetivo: Determinar se atrasos na chamada dos times de resposta rápida contribuem para piores resultados de saúde (mortalidade e morbidade). 

Desenho: Estudo de coorte observacional retrospectivo incluindo todas as chamadas dos times de resposta rápida em 2012. LOCAL: Centro médico acadêmico terciário. 

Pacientes: Todos os pacientes com 18 anos de idade ou mais para os quais tenham sido chamados times de resposta rápida. Dados sobre sinais vitais foram extraídos dos prontuários eletrônicos de cada paciente  nas 24 horas anteriores à chamada do time de resposta rápida. Considerou-se que houve um atraso na chamada do time de resposta rápida quando se passou mais de uma hora entre o primeiro registro de um sinal vital anormal que cumprisse os critérios do time de resposta rápida e a chamada do time. 
Intervenções: Nenhuma. 

Medições e resultados principais: A análise incluiu 1725 pacientes. Foram comparados os dados daqueles nos quais houve ou não atrasos na chamada do time de resposta rápida. No total, 57% dos pacientes cumpriram a definição de atraso na chamada do time de resposta rápida. Os pacientes em ambientes com frequência alta de monitoramento dos sinais vitais estiveram mais propensos a sofrer atrasos do que aqueles em enfermarias. No grupo em que não ocorreram atrasos, as razões mais comuns para a chamada do time de resposta rápida foram taquicardia/bradicardia em 29% dos casos (217/748), desconforto respiratório/baixa SpO2 em 28% (213/748) e alteração do nível de consciência em 23% (170/748), em comparação com desconforto respiratório/baixa SpO2 em 43% (423/977), taquicardia/bradicardia em 33% (327/977) e hipotensão em 27% dos casos (261/977) no grupo em que ocorreram atrasos. O grupo em que não ocorreram atrasos teve uma maior proporção de chamadas dos times de resposta rápida entre 8h e 16h, enquanto no grupo com atrasos houve uma maior proporção de chamadas entre meia-noite e 8h. O grupo com atrasos teve maior mortalidade hospitalar (15% vs. 8%; odds ratio ajustada, 1,6; p = 0,005), maior mortalidade em 30 dias (20% vs. 13%; odds ratio ajustada, 1,4; p = 0,02) e maior tempo de permanência hospitalar (7 vs. 6 dias; prolongamento relativo, 1,10; p = 0,02) em comparação com o grupo sem atrasos. 

Conclusões: Atrasos na chamada dos times de resposta rápida ocorrem com frequência e estão associados de forma independente a piores resultados em termos de mortalidade e morbidade.

Resumo Original:

Objective: To identify whether delays in rapid response team activation contributed to worse patient outcomes (mortality and morbidity).

Design: Retrospective observational cohort study including all rapid response team activations in 2012. 

Setting: Tertiary academic medical center. 

Patients: All those 18 years old or older who had a rapid response team call activated. Vital sign data were abstracted from individual patient electronic medical records for the 24 hours before the rapid response team activation took place. Patients were considered to have a delayed rapid response team activation if more than 1 hour passed between the first appearance in the record of an abnormal vital sign meeting rapid response team criteria and the activation of an rapid response team. 

Interventions: None. 

Measurements and main results: A total of 1,725 patients were included in the analysis. Data were compared between those who had a delayed rapid response team activation and those who did not. Fifty seven percent patients met the definition of delayed rapid response team activation. Patients in high-frequency physiologic monitored environments were more likely to experience delay than their floor counterparts. In the no-delay group, the most common reasons for rapid response team activation were tachycardia/bradycardia at 29% (217/748), respiratory distress/low SpO2 at 28% (213/748), and altered level of consciousness at 23% (170/748) compared with respiratory distress/low SpO2 at 43% (423/977), tachycardia/bradycardia at 33% (327/977), and hypotension at 27% (261/977) in the delayed group. The group with no delay had a higher proportion of rapid response team calls between 8:00 and 16:00, whereas those with delay had a higher proportion of calls between midnight and 08:00. The delayed group had higher hospital mortality (15% vs 8%; adjusted odds ratio, 1.6; p = 0.005); 30-day mortality (20% vs 13%; adjusted odds ratio, 1.4; p = 0.02); and hospital length of stay (7 vs 6 d; relative prolongation, 1.10; p = 0.02) compared with the no-delay group. 

Conclusions: Delays in rapid response team activation occur frequently and are independently associated with worse patient mortality and morbidity outcomes.

Fonte:
Critical Care Medicine ; 44(1): 54-63; 2016. DOI: 10.1097/CCM.0000000000001346.
DECS:
estudos de coortes, mortalidade hospitalar, equipe de respostas rápidas de hospitais, tempo de internação, avaliação de resultados da assistência ao paciente, fatores de risco, centros de atenção terciária