Impacto do tempo de trabalho e do tempo de descanso sobre a adesão a regras: o caso da higienização das mãos no cuidado de saúde

DAI, H. ; MILKMAN, K. L. ; HOFMANN, D. A. ; STAATS, B. R.
Título original:
The impact of time at work and time off from work on rule compliance: The case of hand hygiene in health care
Resumo:

Para oferecer serviços seguros de alta qualidade, confiáveis e consistentes, as organizações desenvolvem padrões profissionais. Apesar da comunicação e do reforço desses padrões, eles muitas vezes não são seguidos de forma consistente. Embora a pesquisa anterior sugira que as altas demandas de trabalho estejam associadas a quedas na adesão durante intervalos longos, formulamos a hipótese — baseada em argumentos teóricos centrados na fadiga e no esgotamento — de que o impacto das demandas profissionais sobre a adesão rotineira aos padrões profissionais pode se acumular muito mais rapidamente. Para testar essa hipótese, estudamos um problema que representa atualmente um dos desafios de adesão mais significativos na área da saúde: a higienização das mãos. Utilizando observações de campo longitudinais de mais de 4.157 profissionais de saúde que trabalham em 35 hospitais diferentes e que vivenciaram mais de 13,7 milhões de oportunidades de higienização das mãos, verificamos que as taxas de adesão à higienização das mãos caíram, em média, 8,7%, estimados por regressão logística, desde o início até o final de uma típica jornada de trabalho de 12 horas. Essa queda na adesão foi ampliada pelo aumento da intensidade do trabalho. Além disso, períodos de descanso mais longos entre os turnos de trabalho aumentaram as taxas de adesão subsequentes, e esses benefícios foram maiores quando os profissionais haviam terminado seu turno anterior com uma taxa de adesão mais baixa. Também observamos que a queda na adesão ao longo de um turno de trabalho e a melhoria observada após um período de descanso mais longo aumentaram quando os profissionais acumularam um maior número total de horas de trabalho na semana anterior. Discutimos as implicações destes resultados para a segurança do paciente e para o planejamento do trabalho.

Resumo Original:

To deliver high-quality, reliable, and consistent services safely, organizations develop professional standards. Despite the communication and reinforcement of these standards, they are often not followed consistently. Although previous research suggests that high job demands are associated with declines in compliance over lengthy intervals, we hypothesized-drawing on theoretical arguments focused on fatigue and depletion-that the impact of job demands on routine compliance with professional standards might accumulate much more quickly. To test this hypothesis, we studied a problem that represents one of the most significant compliance challenges in health care today: hand hygiene. Using longitudinal field observations of over 4,157 caregivers working in 35 different hospitals and experiencing more than 13.7 million hand hygiene opportunities, we found that hand hygiene compliance rates dropped by a regression-estimated 8.7 percentage points on average from the beginning to the end of a typical 12-hr work shift. This decline in compliance was magnified by increased work intensity. Further, longer breaks between work shifts increased subsequent compliance rates, and such benefits were greater for individuals when they had ended their preceding shift with a lower compliance rate. In addition, (a) the decline in compliance over the course of a work shift and (b) the improvement in compliance following a longer break increased as individuals accumulated more total work hours the preceding week. The implications of these findings for patient safety and job design are discussed.

Fonte:
The Journal of applied psychology ; 100(3): 846-862; 2015. DOI: 10.1037/a0038067.
DECS:
fidelidade a diretrizes, higiene das mãos, pessoal de saúde, fatores de tempo, local de trabalho