Sala de horrores da segurança do paciente: um novo método para avaliar a capacidade de estudantes de Medicina e residentes em identificar riscos na hospitalização

FARNAN, J. M. ; GAFFNEY, S. ; POSTON, J. T. ; SLAWINSKI, K. ; CAPPAERT, M. ; KAMIN, B. ; ARORA, V. M.
Título original:
Patient safety room of horrors: a novel method to assess medical students and entering residents' ability to identify hazards of hospitalisation
Resumo:

Antecedentes: O currículo de segurança do paciente na graduação em Medicina tem, frequentemente, um formato didático com pouco foco no treinamento de habilidades. Apesar do enfoque recente na segurança, a residência médica também carece de treinamento prático. As habilidades de segurança na graduação e na pós-graduação em Medicina são, geralmente, avaliadas com foco no conhecimento e não na aplicação. Buscamos desenvolver e aplicar um teste piloto de uma simulação com enfoque na segurança, junto aos estudantes de Medicina e residentes, para avaliar o conhecimento relativo aos riscos na hospitalização.

Métodos: Foi desenhada uma simulação demonstrando ameaças à segurança comumente encontradas na hospitalização. Foi criado um caso hipotético com informações relevantes sobre o paciente e foram simuladas ameaças à segurança, como o uso de restrição nas extremidades superiores e erros de medicação. Depois de entrarem na sala e de reverem o prontuário simulado, os estudantes tiveram um prazo para identificar e documentar a maior quantidade possível de riscos à segurança. A satisfação dos alunos foi aferida usando uma avaliação com respostas dissertativas. Foram realizadas estatísticas descritivas, incluindo o percentual e a média de acerto dos riscos identificados.

Resultados: Todos os 86 terceiranistas de medicina concluíram a simulação. Alguns riscos foram identificados pela maioria dos alunos (risco de queda, 83% dos estudantes) enquanto outros raramente o foram (ausência de profilaxia para trombose venosa profunda, 13% dos alunos). Somente 5% dos alunos identificaram corretamente o risco de úlceras por pressão. Cento e vinte e oito dos 131 residentes representando 49 escolas médicas participaram da implementação do ensino de pós-graduação. Os residentes recém-chegados conseguiram identificar uma média de 5,1 riscos dos 9 que foram exibidos (DP 1,4), sendo que 40% identificaram as restrições como um risco e 20% identificaram o cateter urinário inapropriado como um risco.

Conclusões: A simulação demonstrando riscos para a segurança foi uma forma viável e efetiva de apresentar aos estudantes um conteúdo focado na segurança. Tanto alunos quanto residentes tiveram dificuldade para identificar riscos comuns na hospitalização. Apesar do fraco desempenho, os estudantes apreciaram a experiência interativa e sua utilidade clínica.

Resumo Original:

Background: Patient safety curricula in undergraduate medical education (UME) are often didactic format with little focus on skills training. Despite recent focus on safety, practical training in residency education is also lacking. Assessments of safety skills in UME and graduate medical education (GME) are generally knowledge, and not application-focused. We aimed to develop and pilot a safety-focused simulation with medical students and interns to assess knowledge regarding hazards of hospitalisation.

Methods: A simulation demonstrating common hospital-based safety threats was designed. A case scenario was created including salient patient information and simulated safety threats such as the use of upper-extremity restraints and medication errors. After entering the room and reviewing the mock chart, learners were timed and asked to identify and document as many safety hazards as possible. Learner satisfaction was assessed using constructed-response evaluation. Descriptive statistics, including per cent correct and mean correct hazards, were performed.

Results: All 86 third-year medical students completed the encounter. Some hazards were identified by a majority of students (fall risk, 83% of students) while others were rarely identified (absence of deep venous thrombosis prophylaxis, 13% of students). Only 5% of students correctly identified pressure ulcer risk. 128 of 131 interns representing 49 medical schools participated in the GME implementation. Incoming interns were able to identify a mean of 5.1 hazards out of the 9 displayed (SD 1.4) with 40% identifying restraints as a hazard, and 20% identifying the inappropriate urinary catheter as a hazard. CONCLUSIONS: A simulation showcasing safety hazards was a feasible and effective way to introduce trainees to safety-focused content. Both students and interns had difficulty identifying common hazards of hospitalisation. Despite poor performance, learners appreciated the interactive experience and its clinical utility.

Fonte:
BMJ Quality & Safety ; 25(3): 153-158; 2016. DOI: 10.1136/bmjqs-2015-004621 .