Conciliação de medicamentos em pacientes internados em uma unidade de cardiologia

MAGALHÃES, G. F. ; SANTOS, G. B. N. C. ; ROSA, M. B. ; NOBLAT, L. A. C. B.
Título original:
Medication reconciliation in patients hospitalized in a cardiology unit
Resumo:

Objetivos: Comparar os medicamentos prescritos no momento da internação hospitalar com a lista de medicamentos usados antes da internação por pacientes adultos internados numa unidade de cardiologia e identificar o papel do farmacêutico na identificação e resolução de discrepâncias na medicação.

Métodos: Este estudo foi realizado em um hospital universitário de 300 leitos no Brasil. Farmacêuticos clínicos colheram a história de medicamentos e realizaram a conciliação dos medicamentos prescritos no momento da internação com a lista de medicamentos usados pelo paciente antes da internação. As discrepâncias foram classificadas como justificadas (por exemplo, com base nas diretrizes farmacoterapêuticas do hospital estudado) ou não intencionais. Os tratamentos foram revistos nas primeiras 48 horas de internação. As discrepâncias não intencionais foram classificadas posteriormente segundo uma categorização da gravidade dos erros de medicação. Os farmacêuticos fizeram contato verbal com os profissionais responsáveis por cada prescrição para recomendar ações destinadas a resolver as discrepâncias.

Resultados: No total, foram observadas 181 discrepâncias em 50 pacientes (86%). Dentre elas, 149 (82,3%) foram alterações justificadas sobre o regime de medicamentos tomado em casa pelo paciente. No entanto, 32 (17,7%) discrepâncias observadas em 24 pacientes foram não intencionais. Os farmacêuticos fizeram 31 intervenções, das quais 23 (74,2%) foram aceitas. Dentre as discrepâncias não intencionais, a mais comum foi a alteração da dose do medicamento no momento da internação (42%). Das discrepâncias não intencionais, 13 (40,6%) foram classificadas como erros sem danos, 11 (34,4%) como erros sem danos, mas que poderiam ter afetado o paciente e exigem monitoramento, três (9,4%) como erros que poderiam ter resultado em danos e 5 (15,6%) como circunstâncias ou eventos que têm a capacidade de causar danos.

Conclusões: Os resultados revelaram um número elevado de discrepâncias não intencionais e mostraram que o farmacêutico pode desempenhar um papel importante ao intervir e corrigir os erros de medicação numa unidade de cardiologia hospitalar.

Resumo Original:

Objectives: To compare drugs prescribed on hospital admission with the list of drugs taken prior to admission for adult patients admitted to a cardiology unit and to identify the role of a pharmacist in identifying and resolving medication discrepancies.

Method: This study was conducted in a 300 bed university hospital in Brazil. Clinical pharmacists taking medication histories and reconciling medications prescribed on admission with a list of drugs used prior to admission. Discrepancies were classified as justified (e.g., based on the pharmacotherapeutic guidelines of the hospital studied) or unintentional. Treatments were reviewed within 48 hours following hospitalization. Unintentional discrepancies were further classified according to the categorization of medication error severity. Pharmacists verbally contacted the prescriber to recommend actions to resolve the discrepancies.

Results: A total of 181 discrepancies were found in 50 patients (86%). Of these discrepancies, 149 (82.3%) were justified changes to the patient's home medication regimen; however, 32 (17.7%) discrepancies found in 24 patients were unintentional. Pharmacists made 31 interventions and 23 (74.2%) were accepted. Among unintentional discrepancies, the most common was a different medication dose on admission (42%). Of the unintentional discrepancies 13 (40.6%) were classified as error without harm, 11 (34.4%) were classified as error without harm but which could affect the patient and require monitoring, 3 (9.4%) as errors could have resulted in harm and 5 (15.6%) were classified as circumstances or events that have the capacity to cause harm.

Conclusion: The results revealed a high number of unintentional discrepancies and the pharmacist can play an important role by intervening and correcting medication errors at a hospital cardiology unit.

Fonte:
PLoS ONE ; 9(12): e115491; 2014. DOI: 10.1371/journal.pone.0115491.
DECS:
doenças cardiovasculares, seguimentos, hospitalização, anamnese, erros de medicação, reconciliação de medicamentos, admissão do paciente, farmacêuticos, medicamentos sob prescrição