Compreensão e coprodução da segurança: um estudo qualitativo com pacientes da atenção primária

RHODES, P. ; McDONALD, R. ; CAMPBELL, S. ; DAKER-WHITE, G. ; SANDERS, C.
Título original:
Sensemaking and the co-production of safety: a qualitative study of primary medical care patients
Resumo:

Este estudo examina de que maneira os pacientes compreendem a "segurança" no contexto da atenção primária. Baseando-nos em entrevistas qualitativas com pacientes da atenção primária, revelamos a conceitualização da segurança pelos pacientes como algo fluido, contingente, multidimensional e negociado. Os relatos dos participantes chamaram a atenção para uma arquitetura de segurança amplamente invisível e inacessível (mas tida como certa), para a importância das dimensões psicossocial e física e as interações entre elas, as estratégias informais de negociação da segurança e a dimensão moral da segurança. Os participantes disseram ser proativos nas ações que tomam para se proteger de possíveis danos. A natureza relativamente rotineira e previsível das consultas na atenção primária, que são muito diferentes dos períodos de internação isolados, faz com que os pacientes não sejam receptores passivos do cuidado. Em vez disso, eles possuem um conjunto acumulado de conhecimentos e experiências para embasar suas ações. Além de destacar as diferenças e semelhanças entre o ambiente hospitalar e a atenção primária, este estudo sugere que é necessária uma ampla conceitualização da segurança do paciente que englobe as preocupações dos pacientes relacionadas à segurança  nos ambientes de atenção primária.

Resumo Original:

This study explores the ways in which patients make sense of 'safety' in the context of primary medical care. Drawing on qualitative interviews with primary care patients, we reveal patients' conceptualisation of safety as fluid, contingent, multi-dimensional, and negotiated. Participant accounts drew attention to a largely invisible and inaccessible (but taken for granted) architecture of safety, the importance of psycho-social as well as physical dimensions and the interactions between them, informal strategies for negotiating safety, and the moral dimension of safety. Participants reported being proactive in taking action to protect themselves from potential harm. The somewhat routinised and predictable nature of the primary medical care consultation, which is very different from 'one off' inpatient spells, meant that patients were not passive recipients of care. Instead they had a stock of accumulated knowledge and experience to inform their actions. In addition to highlighting the differences and similarities between hospital and primary care settings, the study suggests that a broad conceptualisation of patient safety is required, which encompasses the safety concerns of patients in primary care settings.

Fonte:
Sociology of health & illness ; 38(2): 270-285; 2016. DOI: 10.1111/1467-9566.12368.
DECS:
atitude do pessoal de saúde, doença cronica, competência clínica, meio ambiente, entrevistas como assunto, percepção, sociologia médica