Acurácia da história farmacoterapêutica e erros de conciliação em um serviço de emergência

DE ANDRÉS-LÁZARO, A. M. ; SEVILLA-SÁNCHEZ, D. ; ORTEGA-ROMERO MDEL, M. ; CODINA-JANÉ, C. ; CALDERÓN-HERNANZ, B. ; SÁNCHEZ-SÁNCHEZ, M.
Título original:
Accuracy in the medication history and reconciliation errors in the emergency department
Resumo:

Introdução e objetivo: Avaliar a acurácia da história farmacoterapêutica obtida na Emergência de um hospital terciário de referência e determinar a prevalência de erros de conciliação medicamentosa (ECM).

Material e método: O estudo foi prospectivo e de intervenção, realizado em apenas um centro. A lista de medicamentos de uso habitual obtida pelo farmacêutico foi comparada com a registrada pelo médico para a identificação de discrepâncias. Em seguida, a lista de medicamentos de uso habitual foi comparada com a prescrição ativa na Emergência. Todas as discrepâncias não explicadas foram verificadas junto ao médico encarregado de avaliar se tinha ocorrido um ECM. Foi realizada uma análise univariada para identificar fatores associados a ECM.

Resultados: O farmacêutico identificou uma quantidade maior de medicamentos de uso habitual do que os médicos (6,89 versus 5,70; P<0,05). Apenas 39% dos medicamentos obtidos por médicos foram devidamente anotados nos prontuários dos pacientes. A principal causa de discrepâncias foi a omissão de informações relativas ao nome (39%) ou à dosagem (33%) do medicamento. Foram identificados 157 ECM, que afetaram 85 pacientes (43%). Estes ECM estavam relacionados principalmente à omissão de informação (62%). Idade e polimedicação foram identificados como os principais fatores de risco de ECM. A presença de um cuidador ou parente na Emergência foi considerada um fator de proteção. Não foi encontrada nenhuma associação entre as discrepâncias nos prontuários e os ECM.

Conclusões: O processo de obtenção de uma história farmacoterapêutica apropriada ainda precisa ser aprimorado. O farmacêutico pode desempenhar um papel no processo de obtenção de uma anamnese de qualidade e aumentar a segurança do paciente detectando ECM. São necessários melhores sistemas de informação para evitar esse tipo de incidente.

Resumo Original:

Background and objective: To assess the accuracy of pharmaceutical anamnesis obtained at the Emergency Department (ED) of a tertiary referral hospital and to determine the prevalence of medication reconciliation errors (RE).

Material and method: This was a single-center, prospective, interventional study. The home medication list obtained by a pharmacist was compared with the one recorded by a doctor to identify inaccuracies. Subsequently, the home medication list was compared with the active prescription at the ED. All unexplained discrepancies were checked with the doctor in charge to evaluate if a RE has occurred. An univariate analysis was performed to identify factors associated with RE.

Results: The pharmacist identified a higher number of drugs than doctors (6.89 versus 5.70; P<0.05). Only 39% of the drugs obtained by doctors were properly written down in the patient's record. The main cause of discrepancy was omission of information regarding the name of the drug (39%) or its dosage (33%). One hundred and fifty-seven RE were identified and they affected 85 patients (43%), mainly related to information omission (62%). Age and polymedication were identified as main risk factors of RE. The presence of a caregiver or relative in the ED was judged to be a protective factor. No relationship was found between inaccuracies in the registries and RE.

Conclusions: The process of obtaining a proper pharmaceutical anamnesis still needs improvement. The pharmacist may play a role in the process of obtaining a good quality anamnesis and increase patient safety by detecting RE. Better information systems are needed to avoid this type of incidents.

Keywords: Conciliación; Discrepancias; Discrepancies; Emergency Department; Error de medicación; Historia farmacoterapéutica; Medication error; Patient safety; Pharmaceutical anamnesis; Reconciliation; Seguridad del paciente; Urgencias

Fonte:
Medicina Clínica ; 145(7): 288-293; 2015. DOI: 10.1016/j.medcli.2015.02.024.
DECS:
serviço hospitalar de emergência, erros de medicação, reconciliação de medicamentos, segurança do paciente, polimedicação, estudos prospectivos, garantia da qualidade dos cuidados de saúde