Gestão de equipes interprofissionais em terapia intensiva pediátrica: algumas dificuldades e possíveis soluções

STOCKER, M. ; PILGRIM, S. B. ; BURMESTER, M. ; ALLEN, M. L. ; GIJSELAERS, W. H.
Título original:
Interprofessional team management in pediatric critical care: some challenges and possible solutions
Resumo:

Contexto: Assegurar a segurança do paciente é uma grande prioridade na gestão e na cultura de toda organização de saúde. A unidade de terapia intensiva pediátrica (UTIP) tornou-se um local de trabalho com uma alta diversidade de médicos e profissionais multidisciplinares. A prestação de um cuidado de alta qualidade na UTIP, atingindo um nível ideal de segurança do paciente, depende, portanto, da gestão eficaz das equipes interprofissionais. Contudo, por toda parte ainda se observa um trabalho em equipe ineficaz. 

Métodos: Baseamos a nossa revisão no referencial para o trabalho em equipes interprofissionais publicado recentemente em associação com o UK Centre for Advancement of Interprofessional Education. Selecionamos artigos com o objetivo de melhor compreender, incluir e traduzir novas ideias e conceitos. 

Resultados: A barreira entre enfermeiros e médicos autônomos na UTIP, trabalhando de forma compartimentalizada dentro de suas especialidades, o fracasso dos modelos mentais compartilhados, uma cultura de desrespeito e a ausência de empoderamento dos pais como membros da equipe impossibilitam a boa gestão das equipes interprofissionais e a segurança do paciente. Para alcançar o cuidado interprofissional ideal, é necessária uma mentalidade de responsabilidade individual e prestação de contas inserida numa rede de parceiros equivalentes, incluindo o paciente e seus familiares. Em segundo lugar, o trabalho competente como uma equipe interprofissional é um processo de aprendizagem. O trabalho como um processo de aprendizagem, a segurança psicológica e a possibilidade de que os membros da equipe expressem o que pensam são fatores cruciais para a aprendizagem na prática diária. Por fim, pequenas mudanças no nível micro na unidade são as bases para melhorar a gestão das equipes interprofissionais e a segurança do paciente. Uma vez que pequenas alterações com impacto potencial possam ser realizadas numa unidade, o envolvimento dos profissionais de saúde aumenta e os projetos são aceitos. 

Conclusão: Iniciativas de segurança do paciente implementadas "de baixo para cima", incentivando a participação de cada profissional para aprender a gerir de forma eficaz o trabalho em equipes interprofissionais na prática diária, podem ser uma forma eficaz de promover a segurança do paciente. 

Resumo Original:

Background: Aiming for and ensuring effective patient safety is a major priority in the management and culture of every health care organization. The pediatric intensive care unit (PICU) has become a workplace with a high diversity of multidisciplinary physicians and professionals. Therefore, delivery of high-quality care with optimal patient safety in a PICU is dependent on effective interprofessional team management. Nevertheless, ineffective interprofessional teamwork remains ubiquitous.

Methods: We based our review on the framework for interprofessional teamwork recently published in association with the UK Centre for Advancement of Interprofessional Education. Articles were selected to achieve better understanding and to include and translate new ideas and concepts.

Findings: The barrier between autonomous nurses and doctors in the PICU within their silos of specialization, the failure of shared mental models, a culture of disrespect, and the lack of empowering parents as team members preclude interprofessional team management and patient safety. A mindset of individual responsibility and accountability embedded in a network of equivalent partners, including the patient and their family members, is required to achieve optimal interprofessional care. Second, working competently as an interprofessional team is a learning process. Working declared as a learning process, psychological safety, and speaking up are pivotal factors to learning in daily practice. Finally, changes in small steps at the level of the microlevel unit are the bases to improve interprofessional team management and patient safety. Once small things with potential impact can be changed in one's own unit, engagement of health care professionals occurs and projects become accepted.

Conclusion: Bottom–up patient safety initiatives encouraging participation of every single care provider by learning effective interprofessional team management within daily practice may be an effective way of fostering patient safety

Fonte:
Journal of Multidisciplinary Healthcare ; 9: 47-58; 2016. DOI: 10.2147/JMDH.S76773.