Construção de uma ferramenta para medida de percepções sobre o uso do checklist do Programa de Cirurgia Segura da Organização Mundial da Saúde

DIEGO, L. A. dos S. ; SALMAN, F. C. ; SILVA, J. H. ; BRANDÃO, J. C. ; CARNEIRO, A. F. ; OLIVEIRA FILHO, G. de ; BAGATINI, A.
Resumo Original:

Introdução: A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem recomendado uma maior atenção com a segurança do paciente, mais especificamente em relação aos eventos adversos evitáveis. Foi lançado o programa “Cirurgia Segura Salva Vidas (CSSV)”, que recomenda a aplicação da lista de verificação cirúrgica (checklist) para a conferência de itens relacionados à segurança do procedimento. A implantação do checklist reduziu a mortalidade hospitalar nos primeiros 30 dias. No Brasil, não foram identificados estudos sobre adesão dos anestesiologistas à prática do checklist.

Objetivo: Desenvolvimento de uma ferramenta para mensuração da atitude dos anestesiologistas e residentes em relação ao uso do checklist no período perioperatório.

Método:Estudo transversal feito durante o 59° Congresso Brasileiro de Anestesiologia (CBA), em Belo Horizonte (MG), cujos participantes foram médicos inscritos e que responderam ao questionário com abordagem epidemiológica quantitativa.

Resultados: A amostra constou de 459 participantes que responderam ao questionário, 55% do sexo masculino, 44,2% com menos de 10 anos e 15,5% acima de 30 anos de conclusão do curso médico. Foram selecionados sete itens com coeficiente de confiabilidade de 78%. Houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos de anestesiologistas que referiram usar o instrumento em menos ou mais de 70% dos pacientes assistidos. Isso indica que o questionário de atitudes discrimina entre esses dois grupos de profissionais.

Conclusões: O questionário de sete itens mostrou adequada consistência interna e uma estrutura fatorial bem delimitada. Pode ser usado como ferramenta para medida das percepções de anestesiologistas quanto à utilidade e a aplicabilidade do checklist.

Fonte:
Revista Brasileira de Anestesiologia ; 66(4): 351–355; 2016. DOI: 10.1016/j.bjane.2014.11.011.