Rumo a um cuidado de melhor qualidade: medicamentos a evitar em 2016

Para ajudar os profissionais da saúde e pacientes a escolher tratamentos de alta qualidade que minimizem o risco de efeitos adversos, atualizamos, no início de 2016, nossa lista de medicamentos a serem evitados. As avaliações da Prescrire do equilíbrio entre danos e benefícios de novos medicamentos e indicações se baseiam em um procedimento rigoroso, que inclui uma busca sistemática e reprodutível na literatura, a identificação dos resultados relevantes para os pacientes, a priorização dos dados de apoio com base na força das evidências, a comparação com os tratamentos-padrão e uma análise dos efeitos adversos conhecidos e potenciais. Essa revisão de 2016 dos medicamentos examinados pela Prescrire ao longo de seis anos, de 2010 a 2015, identificou 74 medicamentos que são mais nocivos do que benéficos em todas as indicações para as quais foram autorizados na França. Na maioria dos casos, quando a terapia medicamentosa é realmente necessária, estão disponíveis outros medicamentos com uma melhor relação entre danos e benefícios. Mesmo em situações graves, quando não existe um tratamento eficaz, não há justificativa para prescrever um medicamento sem eficácia comprovada que provoca efeitos adversos graves. Pode ser aceitável testar esses medicamentos em estudos clínicos, mas os pacientes devem ser informados sobre a incerteza em relação ao equilíbrio entre seus danos e benefícios, e o desenho do estudo deve ser relevante. O cuidado de suporte sob medida é a melhor opção quando não há tratamentos disponíveis capazes de melhorar o prognóstico ou a qualidade de vida para além do efeito placebo.

To help healthcare professionals and patients choose high-quality treatments that minimize the risk of adverse effects, in early 2016 we updated our list of drugs to avoid. Prescrire's assessments of the harm-benefit balance of new drugs and indications are based on a rigorous procedure that includes a systematic and reproducible literature search, identification of patient-relevant outcomes, prioritisation of the supporting data based on the strength of evidence, comparison with standard treatments, and an analysis of both known and potential adverse effects. This 2016 review of medications examined by Prescrire over a six-year period, from 2010 to 2015, identified 74 drugs that are more harmful than beneficial in all the indications for which they have been authorised in France. In most cases, when drug therapy is really necessary, other drugs with a better harm-benefit balance are available. Even in serious situations, when no effective treatment exists, there is no justification for prescribing a drug with no proven efficacy that provokes severe adverse effects. It may be acceptable to test these drugs in clinical trials, but patients must be informed of the uncertainty over their harm-benefit balance, and the trial design must be relevant. Tailored supportive care is the best option when there are no available treatments capable of improving prognosis or quality of life, beyond the placebo effect.