Precisão da comunicação de dados laboratoriais nas rondas diárias de uma UTI usando prontuários eletrônicos

ARTIS, K. A. ; DYER, E. ; MOHAN, V. ; GOLD, J. A.
Título original:
Accuracy of laboratory data communication on ICU daily rounds using an electronic health record
Resumo:

Objetivos: A comunicação precisa de dados sobre os pacientes durante as rondas diárias em UTIs é extremamente importante, pois serve como base para a tomada de decisões clínicas. Apesar de sua importância, a alta fidelidade da comunicação de dados durante as rondas interprofissionais em UTIs constitui apenas uma suposição, que ainda não foi comprovada. Criamos uma metodologia simples, porém robusta, para medir a prevalência da comunicação imprecisa de dados e classificar as falhas na comunicação de dados em diferentes tipos. Também avaliamos a frequência com que as equipes detectaram a comunicação imprecisa de dados durante as rondas e se a comunicação foi afetada por fatores ambientais, humanos e ligados ao fluxo de trabalho.

Desenho: Observação direta de dados laboratoriais verbalizados durante as rondas diárias em uma UTI, em comparação com os dados contidos nos prontuários eletrônicos e nas notas em papel preparadas pelos responsáveis pela apresentação dos pacientes antes das rondas.

Ambiente: Uma UTI clínica de hospital universitário com 26 leitos, com um sistema bem-estabelecido de prontuários eletrônicos.

Participantes: Os responsáveis pela apresentação dos pacientes (estudantes de medicina ou médicos residentes) e a equipe interprofissional que realiza as rondas na UTI.

Intervenções: Nenhuma.

Medições e resultados principais: Durante a observação de 301 apresentações de pacientes, que incluíram 4.945 resultados laboratoriais auditados, os apresentadores utilizaram um formulário em papel para preparar 94,3% das apresentações, mas os formulários continham apenas 78% dos dados laboratoriais disponíveis no prontuário médico eletrônico. Ao todo, 96% das apresentações de pacientes incluíram pelo menos uma comunicação imprecisa de dados laboratoriais (em média, 6,3 por paciente), e 38,9% de todos os dados laboratoriais auditados foram comunicados incorretamente. Em sua maioria, os eventos de comunicação imprecisa consistiram em omissões. Somente 7,8% de todas as comunicações imprecisas foram detectados.

Conclusão: Apesar da existência de um roteiro estruturado para as rondas interprofissionais e de um sistema bem-estabelecido de prontuários eletrônicos, a obtenção e a comunicação de dados laboratoriais durante as rondas em UTIs em nossa instituição foram de baixa qualidade, propensas a omissões e imprecisões que, em grande medida, não foram identificadas pela equipe. Isso destaca um importante problema de segurança do paciente que provavelmente é muito prevalente, mas ainda não é bem reconhecido.

Resumo Original:

Objectives: Accurately communicating patient data during daily ICU rounds is critically important since data provide the basis for clinical decision making. Despite its importance, high fidelity data communication during interprofessional ICU rounds is assumed, yet unproven. We created a robust but simple methodology to measure the prevalence of inaccurately communicated (misrepresented) data and to characterize data communication failures by type. We also assessed how commonly the rounding team detected data misrepresentation and whether data communication was impacted by environmental, human, and workflow factors.

Design: Direct observation of verbalized laboratory data during daily ICU rounds compared with data within the electronic health record and on presenters' paper prerounding notes.

Setting: Twenty-six-bed academic medical ICU with a well-established electronic health record.

Subjects: ICU rounds presenter (medical student or resident physician), interprofessional rounding team.

Interventions: None.

Measurements and main Results: During 301 observed patient presentations including 4,945 audited laboratory results, presenters used a paper prerounding tool for 94.3% of presentations but tools contained only 78% of available electronic health record laboratory data. Ninty-six percent of patient presentations included at least one laboratory misrepresentation (mean, 6.3 per patient) and 38.9% of all audited laboratory data were inaccurately communicated. Most misrepresentation events were omissions. Only 7.8% of all laboratory misrepresentations were detected.

Conclusion: Despite a structured interprofessional rounding script and a well-established electronic health record, clinician laboratory data retrieval and communication during ICU rounds at our institution was poor, prone to omissions and inaccuracies, yet largely unrecognized by the rounding team. This highlights an important patient safety issue that is likely widely prevalent, yet underrecognized.

Fonte:
Critical Care Medicine ; 2016. DOI: 10.1097/CCM.0000000000002060.
Nota Geral:

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