Ativação de pacientes idosos com doenças de longa duração e multimorbidade: correlações e mudanças em um estudo de coorte no Reino Unido

BLAKEMORE, A. ; HANN, M. ; HOWELLS, K. ; PANAGIOTI, M. ; SIDAWAY, M. ; REEVES, D. ; BOWER, P.
Título original:
Patient activation in older people with long-term conditions and multimorbidity: correlates and change in a cohort study in the United Kingdom
Resumo:

Contexto: A ativação do paciente é definida como seus conhecimentos, habilidades e confiança para gerir a própria saúde. Níveis mais elevados de ativação do paciente estão associados a uma melhor autogestão, melhores resultados de saúde e custos mais baixos. A compreensão dos fatores que afetam a ativação pode permitir uma melhor adaptação das intervenções e do apoio dado aos pacientes. Existem poucos dados sobre a ativação de pacientes com doenças de longa duração no Reino Unido.

Métodos: Utilizamos um desenho de coorte prospectivo. Enviamos questionários a 12.989 pacientes com idade acima de 65 anos com pelo menos uma doença de longa duração em Salford, no Reino Unido. Eles preencheram a Medida de Ativação do Paciente (Patient Activation Measure, PAM) e medidas autoavaliadas de: depressão, educação em saúde, apoio social, qualidade de vida relacionada com a saúde e impacto da multimorbidade. Apresentamos aqui dados descritivos sobre a ativação na linha de base e as mudanças ao longo do tempo, utilizamos a regressão multivariada para modelar associações com a ativação do paciente na linha de base e preditores de mudanças no nível de ativação ao longo de seis meses.

Resultados: A coorte incluiu 4.377 (33,6%) pessoas idosas, das quais 4.225 receberam um segundo questionário após seis meses; 3.390 o devolveram preenchido (80,2%). Na linha de base, 15% autorrelataram uma PAM de nível 1, 16%, de nível 2, 45%, de nível 3, e 25%, de nível 4. Entre todos os pacientes, a depressão apresentou a maior associação com a ativação do paciente. Outros fatores importantes foram: idade avançada, pacientes aposentados, baixa educação em saúde, qualidade de vida relacionada com a saúde e apoio social. O número total de comorbidades autorrelatadas e o impacto percebido das comorbidades também foram importantes para pacientes com mais de uma doença de longa duração. Os escores de ativação do paciente se mantiveram razoavelmente estáveis ao longo do tempo (r = 0,43 entre a linha de base e após seis meses), embora quase a metade dos participantes tenha mudado de “nível” de ativação durante esse período. Poucas variáveis previram mudanças na ativação ao longo dos seis meses.

Conclusões: Essa é a primeira avaliação em grande escala da ativação de pacientes no Reino Unido. Nossos dados podem ser úteis na identificação de pacientes que precisam de apoio com sua ativação e podem auxiliar na adaptação de intervenções (como o coaching de saúde) para oferecer um melhor apoio a pacientes idosos com doenças de longa duração que tenham sintomas de depressão, pouco apoio social e baixa educação em saúde. São necessários mais estudos longitudinais para entender melhor as relações causais entre a ativação de pacientes e variáveis como a depressão.

Resumo Original:

Background: Patient Activation is defined as the knowledge, skill, and confidence a patient has in managing their health. Higher levels of patient activation are associated with better self-management, better health outcomes, and lower healthcare costs. Understanding the drivers of patient activation can allow better tailoring of patient support and interventions. There are few data on patient activation in UK patients with long-term conditions.

Methods: A prospective cohort design was used. Questionnaires were mailed to 12,989 patients over the age of 65 years with at least one long-term condition in Salford, UK. They completed the Patient Activation Measure and self-report measures of: depression, health literacy, social support, health-related quality of life, and impact of multimorbidity. We report descriptive data on baseline activation and change over time, and use multivariate regression to model associations with patient activation at baseline and predictors of change in Activation over 6 months.

Results: The cohort included 4377 (33.6 %) older people, of whom 4225 were mailed a further questionnaire at 6 months; 3390 returned it complete (80.2 %). At baseline, 15 % self-reported PAM level 1, 16 % level 2, 45 % level 3, and 25 % level 4. Across all patients, depression had the strongest association with patient activation. Other important factors were: older age, being retired, poor health literacy, health-related quality of life, and social support. Total number of self-reported comorbidities and the perceived impact of comorbidities were also important for patients with more than one long-term condition. Patient activation scores were reasonably enduring over time (r = 0.43 between baseline and at six months), although nearly half changed 'levels' of activation over that time. Few variables predicted change in activation over 6 months.

Conclusions: This is the first large scale assessment of patient activation in the UK. Our data may be useful in identifying patients who need support with patient activation, and allow interventions (such as health coaching) to be tailored to better support older patients with long-term conditions who have symptoms of depression, poor social support and impaired health literacy. Further analyses of longitudinal studies will be necessary to better understand the causal relationships between patient activation and variables such as depression.

Keywords: Depression; Health-related quality of life; Long-term conditions; Multimorbidity; Patient activation; Self-management

Fonte:
BMC Health Services Research ; 16(1): 582; 2016. DOI: 10.1186/s12913-016-1843-2.