Comunicação entre médicos e enfermeiros: uma revisão integrativa
Objetivo: Realizar uma revisão abrangente das evidências atuais sobre os fatores que influenciam a comunicação entre enfermeiros e médicos e as intervenções desenvolvidas para melhorar esta comunicação.
Contexto: Os desafios na comunicação entre enfermeiros e médicos persistem desde que a expressão “o jogo médico-enfermeiro” foi usada pela primeira vez em 1967, levando a resultados deficientes na prestação do cuidado, tais como atrasos no tratamento e possíveis danos aos pacientes. Foram encontradas evidências inconsistentes sobre os fatores e as intervenções que promovem ou prejudicam a comunicação efetiva entre enfermeiros e médicos.
Design: Realizamos uma revisão integrativa seguindo um processo em cinco etapas: identificação do problema, pesquisa da literatura, avaliação dos dados, análise dos dados e apresentação. Métodos: Fizemos buscas nas bases de dados eletrônicas Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL), MEDLINE, PubMed, Science Direct e Scopus, de 2005 a abril de 2016, utilizando os termos de busca “melhor*”, “enfermeiro-médico”, “enfermeiro”, “médico” e “comunicação”.
Resultados: Ao todo, 22 estudos foram incluídos na revisão. Quatro temas emergiram na síntese de dados: estilos de comunicação, fatores que facilitam a comunicação entre enfermeiros e médicos, barreiras para a comunicação efetiva e intervenções para melhorar a comunicação.
Conclusão: Esta revisão integrativa sugere que a comunicação entre enfermeiros e médicos ainda é ineficaz. As intervenções atuais só abordam as necessidades de informação de enfermeiros e médicos em situações limitadas e ambientes específicos, mas não são capazes de abordar adequadamente as habilidades interprofissionais de comunicação que faltam na prática. Os diferentes pontos de vista de enfermeiros e médicos sobre a comunicação, devido a diferenças na sua formação, prejudicam a eficácia das intervenções e estratégias atuais.
Relevância para a prática clínica: O treinamento cruzado e a educação interprofissional, dos programas de graduação aos de pós-graduação, alinharão melhor a formação de enfermeiros e médicos para que se comuniquem de forma eficaz. São necessários mais estudos para determinar a viabilidade e a possibilidade de generalizar as intervenções, tais como a localização dos médicos e o uso de ferramentas de comunicação, para melhorar a comunicação entre enfermeiros e médicos. São necessárias mudanças organizacionais e culturais para superar práticas enraizadas que impedem a comunicação entre enfermeiros e médicos.
Aim and objective: To present a comprehensive review of current evidence on the factors which impact on nurse-physician communication and interventions developed to improve nurse-physician communication.
Background: The challenges in nurse-physician communication persist since the term 'nurse-doctor game' was first used in 1967, leading to poor patient outcomes such as treatment delays and potential patient harm. Inconsistent evidence was found on the factors and interventions which foster or impair effective nurse-physician communication.
Desingn: An integrative review was conducted following a five-stage process: problem identification, literature search, data evaluation, data analysis and presentation.METHODS:Five electronic databases were searched from 2005 to April 2016 using key search terms: "improve*," "nurse-physician," "nurse," "physician" and "communication" in five electronic databases including the Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL), MEDLINE, PubMed, Science Direct and Scopus.
Results: A total of 22 studies were included in the review. Four themes emerged from the data synthesis, namely communication styles; factors that facilitate nurse-physician communication; barriers to effective nurse-physician communication; and interventions to improve nurse-physician communication.
Conclusion: This integrative review suggests that nurse-physician communication still remains ineffective. Current interventions only address information needs of nurses and physicians in limited situations and specific settings but cannot adequately address the interprofessional communication skills that are lacking in practice. The disparate views of nurses and physicians on communication due to differing training backgrounds confound the effectiveness of current interventions or strategies.
Relevance to clinical practice: Cross-training and interprofessional educational from undergraduate to postgraduate programmes will better align the training of nurses and physicians to communicate effectively. Further research is needed to determine the feasibility and generalisability of interventions, such as localising physicians and using communication tools, to improve nurse-physician communication. Organisational and cultural changes are needed to overcome ingrained practices impeding nurse-physician communication.
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