Avaliação da organização e eficácia de auditorias internas para administrar a segurança do paciente em hospitais: um estudo de métodos mistos

VAN GELDEREN, S. C. ; ZEGERS, M. ; BOEIJEN, W. ; WESTERT, G. P. ; ROBBEN, P. B. ; WOLLERSHEIM, H. C.
Título original:
Evaluation of the organisation and effectiveness of internal audits to govern patient safety in hospitals: A mixed-methods study
Resumo:

Objetivos: Os conselhos de administração de hospitais são legalmente responsáveis pela segurança do cuidado de saúde, cuja gestão requer o uso de ferramentas apropriadas. Quase todos os hospitais holandeses realizam auditorias internas, mas a eficácia dessas auditorias para a administração hospitalar nunca foi avaliada. O objetivo deste estudo foi avaliar a organização das auditorias internas e sua efetividade para auxiliar os conselhos de administração de hospitais na gestão da segurança do paciente.

Desenho e ambiente: Estudo de métodos mistos que utilizou um questionário sobre a organização de auditorias internas em todos os hospitais holandeses (n=89) e entrevistas com atores envolvidos sobre o processo de auditoria e a sua eficácia em seis hospitais.

Resultados: A taxa de resposta do questionário foi de 76%, e foram realizadas 43 entrevistas. Em todos os hospitais participantes, as auditorias internas seguiram o ciclo “planejar-fazer-verificar-agir”. Todos os hospitais usaram entrevistas, análise de documentos e visitas às unidades para coleta de dados para a auditoria interna. Os conselhos de administração declararam que os aspectos efetivos das auditorias internas foram sua natureza multidisciplinar, sua abordagem estruturada e aprofundada, sua utilidade para monitorar atividades de melhoria e modificar as políticas hospitalares e o fato de que os resultados foram usados em reuniões com profissionais e conselhos de supervisores. Os métodos qualitativos (entrevistas e visitas às unidades) utilizados nas auditorias internas permitem identificar sinais sutis, como uma cultura insegura ou problemas de comunicação e colaboração. As desvantagens citadas foram a baixa frequência de auditorias internas e a ausência dos sinais sutis nos relatórios de auditoria em si.

Conclusão: Este estudo mostra que as auditorias internas são consideradas efetivas para a administração da segurança do paciente, pois ajudam os conselhos de administração a identificar problemas de segurança do paciente, orientá-los proativamente e informar os conselhos de supervisores sobre o estado da segurança do paciente. A descrição das auditorias internas holandesas as torna reprodutíveis em outras organizações de saúde em diferentes ambientes, permitindo que os conselhos de administração de hospitais complementem seus sistemas para administrar a segurança do paciente.

Resumo Original:

Objectives: Hospital boards are legally responsible for safe healthcare. They need tools to assist them in their task of governing patient safety. Almost every Dutch hospital performs internal audits, but the effectiveness of these audits for hospital governance has never been evaluated. The aim of this study is to evaluate the organisation of internal audits and their effectiveness for hospitals boards to govern patient safety.

Design and setting: A mixed-methods study consisting of a questionnaire regarding the organisation of internal audits among all Dutch hospitals (n=89) and interviews with stakeholders regarding the audit process and experienced effectiveness of audits within six hospitals.

Results: Response rate of the questionnaire was 76% and 43 interviews were held. In every responding hospital, the internal audits followed the plan-do-check-act cycle. Every hospital used interviews, document analysis and site visits as input for the internal audit. Boards stated that effective aspects of internal audits were their multidisciplinary scope, their structured and in-depth approach, the usability to monitor improvement activities and to change hospital policy and the fact that results were used in meetings with staff and boards of supervisors. The qualitative methods (interviews and site visits) used in internal audits enable the identification of soft signals such as unsafe culture or communication and collaboration problems. Reported disadvantages were the low frequency of internal audits and the absence of soft signals in the actual audit reports.

Conclusion: This study shows that internal audits are regarded as effective for patient safety governance, as they help boards to identify patient safety problems, proactively steer patient safety and inform boards of supervisors on the status of patient safety. The description of the Dutch internal audits makes these audits replicable to other healthcare organisations in different settings, enabling hospital boards to complement their systems to govern patient safety.

Fonte:
BMJ Open ; 7(7): e015506; 2017. DOI: 10.1136/bmjopen-2016-015506.