Associação Congregação Santa Catarina inicia programa para reduzir a letalidade por sepse em toda sua rede hospitalar
A primeira fase do programa envolverá a identificação precoce da sepse nos prontos-atendimentos da rede
O Dia Mundial da Sepse, comemorado em 13 de setembro, foi a data escolhida pela Associação Congregação Santa Catarina (ACSC) para lançamento da Colaborativa de Sepse do Programa Salus Vitae com o objetivo de reduzir a letalidade causada por sepse em 30% de toda sua rede hospitalar. “Na primeira sessão de aprendizado presencial, que aconteceu no dia 13 de setembro, como marco a data do Dia Mundial da Sepse, reunimos uma equipe multiprofissional representando cada hospital, que no total são doze, para dar início a Colaborativa de Sepse. O programa terá a duração de 18 meses com a finalidade de atingir a meta de redução da letalidade causada por sepse em nossos hospitais em 30%. A literatura aponta uma mortalidade causada pela doença, nas formas mais graves, maior que 50%”, explica a médica Camila Sardenberg, Diretora Corporativa de Saúde, Medicina e Segurança do Paciente da ACSC.
A primeira fase do programa envolverá a identificação precoce da sepse nos prontos-atendimentos da rede, através da implementação e prática do protocolo de sepse da instituição. “O grande desafio para o combate à Sepse nos serviços de saúde é a identificação rápida e o tratamento adequado. Dados divulgados pelo Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS) impressionam; estimando-se cerca de 670 mil casos no Brasil por ano. A maioria dos casos refere-se a pacientes atendidos em serviços de urgência e emergência. Por isso, elegemos dar início em nossos prontos-atendimentos. Incluímos também nossas pacientes obstétricas uma vez que na área da ginecologia não há muitas práticas instituídas para prevenção da sepse em gestantes e puérperas. Em seguida, o programa será implementado na área intra-hospitalar, que compreende a enfermaria, centro cirúrgico e UTIs”, fala Camila Sardenberg.
A colaborativa é um método desenvolvido pelo Institute for Healthcare Improvement (IHI) e que se apoia na disseminação e na adaptação de um conhecimento existente a vários locais com o intuito de atingir um objetivo comum. Se baseia na implementação dos chamados pacotes de intervenção (bundles), com foco em resultados, através da aplicação da ciência da melhoria.
Segundo Camila, “a experiência com a primeira Colaborativa da ACSC iniciada em 2015 com o objetivo de redução de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) em UTIs, mostrou que para o sucesso da implementação dos pacotes de mudanças e para a padronização das práticas na rede, é preciso realizar uma análise diagnóstica nos hospitais para verificar se cada unidade tem os recursos disponíveis e se os profissionais daquela unidade estão capacitados adequadamente para aplicar os pacotes. Com a Colaborativa da Sepse, demos início a esse rastreamento, pois, no protocolo para identificação precoce da sepse, o resultado de exames laboratoriais deve estar disponível em até 03 horas. Será que todos os hospitais da rede dispõem desse serviço? São avaliações que incluem mudanças para melhoria da estrutura, além de estarmos capacitando especialistas na ciência da melhoria, para que possam apoiar suas equipes”.
A Colaborativa de Sepse da ACSC também tem como foco o tratamento adequado da doença. “Estamos falando em não apenas reduzir dano, mas o sofrimento do paciente. E isso significa redução do tempo de internação, uso do antibiótico adequado, no tempo adequado, apoiados na resposta de coleta de culturas e uso racional de antibiótico. Um diagnóstico e tratamento efetivos fazem diferença na sobrevida do paciente, no tempo de tratamento e consequentemente no custo hospitalar”, detalha Camila.
O Programa Salus Vitae, o programa corporativo de qualidade e segurança do paciente da ACSC , tem o objetivo de reduzir o sofrimento através de práticas para segurança do paciente e melhoria do cuidado.