Colaboração inter e intradisciplinar e resultados de segurança do paciente em unidades hospitalares para pacientes agudos nos EUA: um estudo transversal

Ma C ; Park SH ; Shang J
Título original:
Inter- and intra-disciplinary collaboration and patient safety outcomes in U.S. acute care hospital units: A cross-sectional study
Resumo:

CONTEXTO: A colaboração entre profissionais da saúde é considerada uma estratégia promissora para melhorar a qualidade e os resultados do cuidado. Apesar do crescente volume de evidências que demonstram o impacto da colaboração sobre os resultados alcançados pelos prestadores do cuidado de saúde, existem poucas evidências empíricas sobre a relação entre a colaboração e os resultados de segurança do paciente, particularmente ao nível da unidade de prestação do cuidado. OBJETIVOS: O objetivo deste estudo foi identificar em que medida a colaboração interdisciplinar entre enfermeiros e médicos e a colaboração intradisciplinar entre enfermeiros em unidades de saúde estão associadas a resultados de segurança do paciente. MÉTODOS: Estudo transversal que utilizou dados de inquéritos com enfermeiros e indicadores de segurança do paciente de unidades hospitalares para pacientes agudos nos EUA. A colaboração ao nível da unidade foi medida por duas escalas de 6 itens: a escala de interação enfermeiro-enfermeiro e a escala de interação enfermeiro-médico. Os resultados ligados aos pacientes incluíram úlceras por pressão adquiridas no hospital (UPAHs) e quedas de pacientes. A unidade de análise foi a unidade de atenção ao paciente, e a amostra final incluiu 900 unidades de 5 tipos diferentes para pacientes adultos em 160 hospitais dos EUA. Utilizamos a regressão logística multinível e a regressão de Poisson para estimar a relação entre a colaboração e os resultados do cuidado. Todos os modelos foram controlados com base nas características dos hospitais e das unidades, sendo considerado o agrupamento de unidades dentro dos hospitais. RESULTADOS: Em média, as unidades tiveram 26 pacientes com UPAHs por 1.000 pacientes e 3 quedas de pacientes por 1.000 pacientes-dias. As unidades de terapia intensiva tiveram a maior taxa de UPAHs (50/1.000 pacientes) e a menor taxa de quedas (1/1.000 pacientes-dias). Um aumento de uma unidade na escala de interação enfermeiro-enfermeiro levou a uma redução de 31% na probabilidade de ocorrência de uma UPAH (OR, 0,69; IC 95%, 0,56-0,82) e de 8% na taxa de quedas de pacientes (IRR, 0,92; IC 95%, 0,87-0,98) em uma unidade de enfermagem. Um aumento de uma unidade na escala de interação enfermeiro-médico esteve associado a uma redução de 19% na probabilidade de ocorrência de uma UPAH (OR, 0,81; IC 95%, 0,68-0,97) e de 13% nas taxas de quedas (IRR, 0,87; IC 95%, 0,82-0,93) em uma unidade. CONCLUSÕES: Tanto a colaboração enfermeiro-médico como a colaboração enfermeiro-enfermeiro estão significativamente associadas a resultados de segurança do paciente. Os resultados deste estudo sugerem que a melhor colaboração entre os profissionais da saúde deve ser considerada como uma estratégia importante para promover a segurança do paciente. Tanto a colaboração interdisciplinar como a intradisciplinar são fundamentais para alcançar melhores resultados para os pacientes.

Resumo Original:

BACKGROUND: Collaboration among healthcare providers has been considered a promising strategy for improving care quality and patient outcomes. Despite mounting evidence demonstrating the impact of collaboration on outcomes of healthcare providers, there is little empirical evidence on the relationship between collaboration and patient safety outcomes, particularly at the patient care unit level. OBJECTIVES: The purpose of this study is to identify the extent to which interdisciplinary collaboration between nurses and physicians and intradisciplinary collaboration among nurses on patient care units are associated with patient safety outcomes. METHODS: This is a cross-sectional study using nurse survey data and patient safety indicators data from U.S. acute care hospital units. Collaboration at the unit level was measured by two 6-item scales: nurse-nurse interaction scale and nurse-physician interaction scale. Patient outcome measures included hospital-acquired pressure ulcers (HAPUs) and patient falls. The unit of analysis was the patient care unit, and the final sample included 900 units of 5 adult unit types in 160 hospitals in the U.S. Multilevel logistic and Poisson regressions were used to estimate the relationship between collaboration and patient outcomes. All models were controlled for hospital and unit characteristics, and clustering of units within hospitals was considered. RESULTS: On average, units had 26 patients with HAPUs per 1000 patients and 3 patient falls per 1000 patient days. Critical care units had the highest HAPU rate (50/1000 patients) and the lowest fall rate (1/1000 patient days). A one-unit increase in the nurse-nurse interaction scale score led to 31% decrease in the odds of having a HAPU (OR, 0.69; 95% CI, 0.56-0.82) and 8% lower patient fall rate (IRR, 0.92; 95% CI, 0.87-0.98) on a nursing unit. A one-unit increase in the nurse-physician interaction scale score was associated with 19% decrease in the odds of having a HAPU (OR, 0.81; 95% CI, 0.68-0.97) and 13% lower fall rates (IRR, 0.87; 95% CI, 0.82-0.93) on a unit. CONCLUSIONS: Both nurse-physician collaboration and nurse-nurse collaboration were significantly associated with patient safety outcomes. Findings from this study suggest that improving collaboration among healthcare providers should be considered as an important strategy for promoting patient safety and both interdisciplinary and intradisciplinary collaboration are critical for achieving better patient outcomes.

Fonte:
International Journal of Nursing Studies ; 85: 1-6; 2018. DOI: DOI: 10.1016/j.ijnurstu.2018.05.001.