Classificação de incidentes de segurança do paciente na atenção primária.

Cooper, J. ; A Williams, H. ; A Hibbert, P. ; A Edwards, A. ; A Butt, A. ; A Wood, F. ; A Parry, G.
Título original:
Classification of patient-safety incidents in primary care.
Resumo:

A notificação de incidentes que representam riscos aos pacientes e a aprendizagem com esses incidentes não são tão boas na atenção primária quanto na secundária. Na atenção primária, não existe uma abordagem adotada de forma universal para classificar a gravidade dos danos decorrentes dos incidentes de segurança do paciente. Essa ausência de abordagem comum limita os processos de aprendizagem que permitiriam reduzir os danos aos pacientes. Numa revisão da pesquisa sobre a segurança do paciente na atenção primária, identificamos 21 abordagens existentes para a classificação da gravidade dos danos. Usando como referência a Classificação Internacional para a Segurança do Paciente da Organização Mundial da Saúde (OMS), fizemos uma análise estrutural dessas abordagens. Desenvolvemos então um novo sistema para a classificação da gravidade dos danos. Para avaliar e classificar os danos, a maioria das abordagens existentes utiliza medidas da duração dos sintomas (11/21), da gravidade dos sintomas (11/21) e/ou do nível de intervenção necessário para gerir os danos (14/21). No entanto, poucas dessas abordagens explicam os efeitos deletérios da hospitalização ou o estresse psicológico que os pacientes e seus familiares podem vivenciar. O novo sistema de classificação que desenvolvemos baseia-se na Classificação Internacional para a Segurança do Paciente da OMS e leva em consideração não apenas a internação e o estresse psicológico, mas também os chamados near misses e resultados incertos. Os construtos que delineamos têm o potencial de serem aplicados ao nível internacional, em todos os ambientes de atenção primária, para melhorar tanto a detecção como a prevenção dos incidentes que causam os danos mais graves aos pacientes.

Resumo Original:

Primary care lags behind secondary care in the reporting of, and learning from, incidents that put patient safety at risk. In primary care, there is no universally agreed approach to classifying the severity of harm arising from such patient-safety incidents. This lack of an agreed approach limits learning that could lead to the prevention of injury to patients. In a review of research on patient safety in primary care, we identified 21 existing approaches to the classification of harm severity. Using the World Health Organization's (WHO's) International Classification for Patient Safety as a reference, we undertook a framework analysis of these approaches. We then developed a new system for the classification of harm severity. To assess and classify harm, most existing approaches use measures of symptom duration (11/21), symptom severity (11/21) and/or the level of intervention required to manage the harm (14/21). However, few of these approaches account for the deleterious effects of hospitalization or the psychological stress that may be experienced by patients and/or their relatives. The new classification system we developed builds on WHO's International Classification for Patient Safety and takes account not only of hospitalization and psychological stress but also of so-called near misses and uncertain outcomes. The constructs we have outlined have the potential to be applied internationally, across primary-care settings, to improve both the detection and prevention of incidents that cause the most severe harm to patients.

Fonte:
Bull World Health Organ ; 96(7): 498–505; 2018. DOI: 10.2471/BLT.17.199802.