Práticas de passagem de casos clínicos entre profissionais da saúde no cuidado de pacientes agudos: um estudo qualitativo.

A Fealy, G. ; A Donnelly, S. ; A Doyle, G. ; A Brenner, M. ; A Hughes, M ; A Mylotte, E. ; A Nicholson, E.
Título original:
Clinical handover practices among healthcare practitioners in acute care services: A qualitative study.
Resumo:

OBJETIVOS: Examinar as práticas de passagem de casos clínicos no cuidado de pacientes agudos na Irlanda. Os objetivos foram examinar as práticas para a passagem de casos clínicos dentro de equipes, entre diferentes equipes e entre diferentes turnos de trabalho; identificar os recursos e sistemas de apoio para melhorar a eficácia da passagem de casos e identificar as barreiras e os fatores facilitadores para uma passagem de casos efetiva. CONTEXTO: A passagem de casos clínicos é uma atividade de alto risco e, quando realizada de forma ineficaz, constitui um risco para a segurança do paciente. As evidências sugerem que a efetividade da passagem de casos depende do treinamento dos profissionais e do uso de protocolos padronizados. DESENHO: O desenho do estudo foi qualitativo-descritivo, utilizando a análise indutiva.  MÉTODOS: O estudo envolveu uma série de discussões em grupos focais e entrevistas com uma amostra de profissionais da saúde recrutados em 12 hospitais urbanos e regionais para pacientes agudos na Irlanda. Ao todo, 116 profissionais da saúde participaram de 28 entrevistas e 13 discussões em grupos focais. Examinamos os dados usando o método de análise de conteúdo direcionada. RESULTADOS: A coleta de dados gerou dados qualitativos valiosos, produzindo cinco categorias das quais emergiram dois grandes temas: “políticas e práticas” e “efetividade da passagem de casos”. Os temas e as suas categorias indicam que existem poucas políticas ao nível organizacional e que o treinamento explícito para a passagem de casos clínicos é limitado. Além disso, as passagens de casos por médicos e enfermeiros são atividades separadas, com propósitos e modos de execução ligeiramente diferentes, e vários fatores no cuidado de pacientes agudos, como a localização, o momento e a documentação, atuam como barreiras ou fatores facilitadores para a efetividade da passagem de casos. CONCLUSÃO: As evidências obtidas neste estudo sugerem que as políticas e procedimentos operacionais dos hospitais devem dar mais atenção à passagem de casos clínicos. As práticas de passagem de casos por médicos e enfermeiros representam atividades distintas em termos de conteúdo e execução, o que pode estar relacionado a fatores culturais e organizacionais. RELEVÂNCIA PARA A PRÁTICA CLÍNICA: Para que a passagem de casos clínicos se torne uma atividade multidisciplinar, será preciso modificar práticas tradicionais bem-estabelecidas. Vários aspectos das atividades de passagem de casos clínicos por profissionais médicos e de enfermagem parecem se distanciar das melhores práticas baseadas em evidências.

Resumo Original:

AIMS AND OBJECTIVES: To examine clinical handover practices in acute care services in Ireland. Objectives were to examine clinical handover practices between and within teams and between shifts, to identify resources and supports to enhance handover effectiveness and to identify barriers and facilitators of effective handover. BACKGROUND: Clinical handover is a high-risk activity, and ineffective handover practice constitutes a risk to patient safety. Evidence suggests that handover effectiveness is achieved through staff training and standardised handover protocols. DESIGN: The study design was qualitative-descriptive using inductive analysis. METHODS: The study involved a series of focus group discussions and interviews among a sample of healthcare practitioners recruited from 12 urban and regional acute hospitals in Ireland. A total of 116 healthcare professionals took part in 28 interviews and 13 focus group discussions. We analysed the data using the directed content analysis method. RESULTS: Data collection generated rich qualitative data, yielding five categories from which two broad themes emerged: "policy and practice" and "handover effectiveness." The themes and their associated categories indicate that there is limited organisational-level policy and limited explicit training in clinical handover, that medical and nursing handovers are separate activities with somewhat different purposes and different modes of execution, and that several factors in the acute care setting, including location, timing and documentation, act as either barriers or enablers to handover effectiveness. CONCLUSION: The evidence in the current study suggests that clinical handover merits increased level of prominence in hospital policies or operating procedures. Medical and nursing handover practices represent distinct activities in their content and execution that may be related to cultural and organisational factors. RELEVANCE TO CLINICAL PRACTICE: Achieving multidisciplinary team handover requires a change in embedded traditional practices. Several aspects of the clinical handover activities of nursing and medical staff appear to diverge from best-practice evidence.

Fonte:
J Clin Nurs ; 2018. DOI: 10.1111/jocn.14643.