Quais competências não técnicas são abordadas em documentos normativos australianos direcionados a profissionais da saúde que trabalham em ambientes clínicos de atenção secundária e terciária? Uma análise qualitativa comparativa.

A Peddle, M. ; A Bearman, M. ; A Radomski, N. ; A McKenna, L. ; A Nestel, D.
Título original:
What non-technical skills competencies are addressed by Australian standards documents for health professionals who work in secondary and tertiary clinical settings? A qualitative comparative analysis.
Resumo:

OBJETIVOS: Reconhece-se que os resultados positivos de segurança do paciente resultam, no mínimo, de uma combinação de competências técnicas e não técnicas. Flin e colaboradores apresentam um referencial prático de competências não técnicas, cognitivas, sociais e interpessoais que complementam as competências técnicas, incluindo categorias como consciência situacional, comunicação, trabalho em equipe, tomada de decisões, liderança e formas de lidar com o estresse e o cansaço. O objetivo deste estudo foi explorar o alinhamento de categorias e elementos de competências não técnicas com aqueles publicados em documentos normativos relativos a várias profissões da saúde na Austrália. DESENHO: Realizamos uma análise qualitativa comparativa, baseada na análise de documentos e na codificação dedutiva, para examinar, extrair e interpretar os dados de documentos normativos sobre as competências dos profissionais da saúde, com foco em categorias e elementos relativos a competências não técnicas. PARTICIPANTES: Uma amostra intencional de 11 documentos normativos sobre as competências exigidas para o registro de profissionais da saúde na Austrália. RESULTADOS: Os 11 documentos examinados continham 1.616 declarações. Embora os documentos incluíssem todas as categorias de competências não técnicas, o número de menções à gestão do estresse e do cansaço foi pequeno. Dos 31 elementos incluídos no referencial de competências não técnicas, 22 não eram comuns a todos os profissionais da saúde e 3 não estavam presentes nos documentos. Além disso, os documentos foram compostos de forma diferente, sem uma taxonomia comum e com afirmações multifacetadas. CONCLUSÃO: Embora os elementos comuns identificados nos documentos que tratavam de categorias de competências não técnicas possam ser capazes de melhorar a segurança do paciente, as lacunas em elementos associados podem comprometer a sua efetividade. Para melhorar o bem-estar dos profissionais da saúde da Austrália, seria preciso dar mais atenção ao estresse e ao cansaço, aos quais foram feitas muito poucas referências nos documentos examinados. É possível que uma taxonomia comum, com declarações claras, seja a melhor maneira de promover práticas colaborativas e melhorar os resultados do cuidado. As normas relativas às competências dos profissionais precisam ser flexíveis para que possam dar resposta às novas demandas do cuidado de saúde atual e atendam às necessidades dos consumidores e dos serviços de saúde.

Resumo Original:

OBJECTIVES: At minimum, safe patient outcomes are recognised as resulting from a combination of technical and non-technical skills. Flin and colleagues provide a practical framework of non-technical skills, cognitive, social and interpersonal, that complement technical skills, with categories identified as situational awareness, communication, team working, decision-making, leadership, coping with stress and managing fatigue. The aim of this research was to explore the alignment of categories and elements of non-technical skills with those in the published standards documents of several health professions in Australia. DESIGN: A qualitative comparative analysis using document analysis and deductive coding examined, extracted and interpreted data from competency standards documents focusing on non-technical skills categories and elements. PARTICIPANTS: A purposive sample of 11 health professions competency standards documents required for registration in Australia. FINDINGS: The 11 competency standards documents contained 1616 statements. Although standards documents addressed all non-technical skills categories, there was limited reporting of managing stress and coping with fatigue. Of the 31 elements included in the non-technical skills framework, 22 were not common to all health professions and 3 elements were missing from the standards documents. Additionally, the documents were composed differently with no common taxonomy and multifaceted statements. CONCLUSION: While commonalities identified in the standards documents related to non-technical skills categories are likely to support patient safety, gaps in associated elements may undermine their effectiveness. The notable lack of reference to stress and fatigue requires further attention for health professional well-being in Australia. A shared taxonomy with clear statements may offer the best support for collaborative practice and positive patient outcomes. Competency standards need to be flexible to respond to the emerging demands of current healthcare practice along with consumer and health service needs.

Fonte:
BMJ Open ; 8(8): 020799; 2018. DOI: 10.1136/bmjopen-2017-020799.