Lesões por pressão relacionadas a dispositivos médicos: um estudo descritivo exploratório em um hospital terciário na Austrália.
OBJETIVO:
Examinar e explorar as lesões por pressão relacionadas a dispositivos médicos em um hospital terciário de 800 leitos.
MATERIAIS E MÉTODOS:
Realizamos um estudo descritivo exploratório. Fizemos uma revisão prospectiva semanal de todos os dados sobre lesões por pressão adquiridas no hospital notificadas de julho de 2015 a agosto de 2016. Isto incluiu a avaliação dos pacientes e a revisão dos prontuários, bem como breves entrevistas semiestruturadas com enfermeiros.
RESULTADOS:
A incidência global de lesões por pressão relacionadas a dispositivos médicos foi de 27,9% (50/179), das quais a maioria (68%, 34/50) ocorreu em cuidados intensivos. As causas mais comuns de lesões por pressão relacionadas a dispositivos médicos foram cânulas de oxigênio tipo óculos (n=21) e os tubos endotraqueais (n=13). Os enfermeiros desconheciam as implicações do contato de dispositivos médicos com a pele, e os prontuários médicos não representaram uma boa fonte de informações em relação à prevenção de lesão por pressão.
CONCLUSÃO:
As lesões por pressão relacionadas a dispositivos médicos foram representadas em 27,9% da nossa coorte de pacientes e ocorreram principalmente nas orelhas (devido a cânulas de oxigênio) e na boca (devido a tubos endotraqueais) em pacientes em terapia intensiva. É necessário oferecer mais apoio, educação e monitoramento aos enfermeiros ao nível local sobre a prevenção de lesões por pressão relacionadas a dispositivos médicos, a fim de prevenir a sua ocorrência. Além disso, o consenso sobre a classificação e a notificação de lesões por pressão relacionadas a dispositivos médicos ainda está sendo desenvolvido, o que dificulta o monitoramento e a notificação. As lesões por pressão relacionadas a dispositivos médicos são um problema clínico contínuo que precisa ser mais bem explorado.
OBJECTIVES:
To examine and explore medical device-related pressure injuries in an 800-bed tertiary hospital.
MATERIALS AND METHODS:
An exploratory descriptive study design was employed. A prospective review of all data on reported hospital-acquired pressure injuries was conducted on a weekly basis from July 2015 to August 2016. This included a patient assessment and medical record review as well as brief semi-structured interviews with nurses.
RESULTS:
The overall incidence of medical device-related pressure injuries was 27.9% (50/179) with the majority (68%, 34/50) occurring in intensive care. The most common cause of a medical device-related pressure injury was oxygen tubing behind ears (n = 21) and endotracheal tubes (n = 13). Nurses were unaware of the implications of medical devices in contact with the skin and patient medical records did not present a valuable source of information in relation to pressure injury prevention.
CONCLUSION:
Medical device-related pressure injuries were represented in 27.9% of our entire patient cohort; primarily occurring on the ear from oxygen tubing and on the mouth from endotracheal tubes in patients in intensive care. Additional support, education and monitoring for nurses at a local level on the prevention of medical device-related pressure injuries is necessary to prevent their occurrence. Furthermore, consensus on the classification and reporting of medical device-related pressure injuries is still in development, making reporting and monitoring challenging. Medical device-related pressure injuries are a continuing clinical issue that require further exploration.