Redução da mortalidade cirúrgica na Escócia usando a Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica da OMS

Haynes, A. B. ; Lipsitz, S. R. ; Solsky, I. ; Leitch, J. ; Gawande, A. A. ; Kumar, M.
Título original:
Reducing surgical mortality in Scotland by use of the WHO Surgical Safety Checklist
Resumo:

CONTEXTO: A Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica da OMS foi implementada em muitas organizações desde o seu lançamento em 2008. Foi introduzida na Escócia como parte do Programa Escocês de Segurança do Paciente (SPSP, na sigla em inglês) entre 2008 e 2010, e atualmente é um elemento essencial da prática cirúrgica. A sua influência sobre os resultados do cuidado, quando analisados ao nível populacional, ainda não está clara. MÉTODOS: Realizamos um estudo de coorte populacional. Incluímos todas as internações em qualquer hospital de cuidado agudo na Escócia entre 2000 e 2014. Utilizamos diferenças padronizadas para estimar o balanço demográfico ao longo do tempo, sendo então realizadas análises de séries temporais interrompidas (regressão segmentada). Os dados foram obtidos na Divisão de Serviços de Informação da Escócia. RESULTADOS: Houve 12.667.926 internações hospitalares, das quais 6.839.736 envolveram um procedimento cirúrgico. Entre a coorte cirúrgica, a taxa de mortalidade intra-hospitalar em 2000 foi de 0,76% (IC 95%, 0,68 a 0,84%), e em 2014 foi de 0,46% (0,42 a 0,50%). A lista de verificação esteve associada a uma redução relativa de 36,6% (IC 95%, -55,2 a -17,9%) na mortalidade (p<0,001). As taxas de mortalidade antes da implementação estavam diminuindo em 0,003% (IC 95%, -0,017 a +0,012%) ao ano; diminuições anuais de 0,609% (-0,092 a -0,046%) foram observadas durante a implementação e de 0,019% (-0,038 a +0,001%) após a implementação. Essas tendências de melhoria não foram observadas na coorte não cirúrgica durante o mesmo período. CONCLUSÃO: Desde a implementação da lista de verificação, como parte de uma estratégia nacional global para a segurança, foi observada uma redução da mortalidade perioperatória. 

Resumo Original:

Background: The WHO Surgical Safety Checklist has been implemented widely since its launch in 2008. It was introduced in Scotland as part of the Scottish Patient Safety Programme (SPSP) between 2008 and 2010, and is now integral to surgical practice. Its influence on outcomes, when analysed at a population level, remains unclear. Methods: This was a population cohort study. All admissions to any acute hospital in Scotland between 2000 and 2014 were included. Standardized differences were used to estimate the balance of demographics over time, after which interrupted time-series (segmented regression) analyses were performed. Data were obtained from the Information Services Division, Scotland. Results: There were 12 667 926 hospital admissions, of which 6 839 736 had a surgical procedure. Amongst the surgical cohort, the inpatient mortality rate in 2000 was 0·76 (95 per cent c.i. 0·68 to 0·84) per cent, and in 2014 it was 0·46 (0·42 to 0·50) per cent. The checklist was associated with a 36·6 (95 per cent c.i. –55·2 to –17·9) per cent relative reduction in mortality (P < 0·001). Mortality rates before implementation were decreasing by 0·003 (95 per cent c.i. –0·017 to +0·012) per cent per year; annual decreases of 0·069 (–0·092 to –0·046) per cent were seen during, and 0·019 (–0·038 to +0·001) per cent after, implementation. No such improvement trends were seen in the non-surgical cohort over this time frame. Conclusion: Since the implementation of the checklist, as part of an overall national safety strategy, there has been a reduction in perioperative mortality. 
 

Fonte:
The British Journal of Surgery ; 2019. DOI: 10.1002/bjs.11151.