“Todos cometem erros”: como as crianças enxergam os erros no cuidado de saúde e a sua comunicação pela equipe de saúde

DonnaKollerPh.D.a ; Marni J.BinderEd.D.a ; ShaindyAlexanderB.A., CCLSb ; JaneDarchB.A., B.Ed., CCLSb
Título original:
Everybody makes mistakes": Children's views on medical errors and disclosure
Resumo:

OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi explorar a forma como pacientes pediátricos cronicamente doentes enxergam os erros no cuidado de saúde e os processos para comunicá-los aos pacientes. DESENHO E MÉTODOS: Realizamos entrevistas qualitativas semiestruturadas com 20 pacientes pediátricos. Os participantes foram dez crianças (8-12 anos de idade) e dez adolescentes (13-18 anos). Aplicamos diversos métodos utilizando abordagens qualitativas para explorar e evocar as opiniões dos participantes sobre os erros no cuidado de saúde, a sua comunicação e recomendações para a segurança do paciente. Para as crianças, utilizamos métodos lúdicos e artísticos, juntamente com recursos visuais e vinhetas, para facilitar a discussão. Os participantes mais velhos se envolveram na discussão sobre os erros no cuidado de saúde principalmente pelo exame de vinhetas que representavam diferentes níveis de danos. RESULTADOS: Os participantes revelaram uma série de perspectivas, incluindo um forte desejo de serem informados sobre a ocorrência de erros. Embora quisessem que os responsáveis respondessem pelos erros cometidos, reconheceram que todos cometem erros. Os direitos das crianças e a sua participação na segurança do paciente, bem como a existência de erros secretos, surgiram espontaneamente na análise dos dados. CONCLUSÕES: As crianças cronicamente doentes querem saber da ocorrência de erros por parte dos responsáveis e consideram que um pedido de desculpas e o remorso genuíno são fundamentais para conseguirem lidar com a situação. As crianças reconhecem que a comunicação dos erros requer uma análise caso a caso. IMPLICAÇÕES PARA A PRÁTICA: Os resultados deste estudo têm implicações sobre a forma como enxergamos os processos de comunicação com as crianças e a maneira de envolvê-las na segurança do paciente.
 

Resumo Original:

PURPOSE: The aim of this study was to explore the views of chronically-ill pediatric patients on medical errors and disclosure processes. DESIGN AND METHODS: Semi-structured, qualitative interviews were conducted with twenty pediatric patients. Participants comprised ten children (8-12years) and ten adolescents (13-18years). Multiple methods using qualitative approaches were applied to explore and elicit views on medical errors, disclosure and recommendations for patient safety. For the children, art and play-based methods along with visual aids and vignettes were used to facilitate discussion. Older participants predominantly engaged in discussing the issue of medical errors through an examination of vignettes representing levels of harm. RESULTS: Participants revealed a range of perspectives including a strong desire to be told of errors. While they wanted those responsible for the error to be held accountable, they acknowledged that everyone makes mistakes. Children's rights and participation in patient safety as well as the existence of secret errors emerged spontaneously through the data analysis. CONCLUSIONS: Chronically-ill children want to know about errors, from the person responsible for the error, and consider apologies and genuine remorse to be critical for coping. Children acknowledge that disclosure requires a case-by-case analysis. PRACTICE IMPLICATIONS: The results have implications for how we view disclosure processes with children and how to engage them in patient safety.

Fonte:
; 49: 1-9; 2019.