Novos designs de interfaces para dispositivos de monitoramento de pacientes em terapia intensiva: uma revisão baseada nos fatores humanos
CONTEXTO: O monitor do paciente (MP) é um dos dispositivos médicos mais usados em hospitais de todo o mundo. Os MPs são usados para monitorar os sinais vitais de pacientes em uma grande variedade de ambientes de atenção, especialmente em unidades de terapia intensiva. Uma observação interessante é que o design dos MPs não mudou significativamente nas últimas duas décadas, mantendo um layout e estrutura mais ou menos inalterados, sendo feitos incrementos ao design em vez de mudanças transformadoras. Por isso, pensamos ser um bom momento para rever o design de novas interfaces de MPs, com atenção particular à usabilidade e aos fatores humanos. OBJETIVO: Este artigo visa rever as inovações no design de MPs propostas por pesquisadores e explorar como os profissionais clínicos responderam a essas mudanças no design. MÉTODOS: Uma pesquisa bibliográfica em bases de dados relevantes, seguindo as diretrizes PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses), identificou 16 estudos sobre o tema. Fizemos uma descrição detalhada do design das interfaces e uma análise de cada novo MP, incluindo uma análise detalhada da estrutura das diferentes interfaces de usuário, a fim de fazer recomendações para o design de futuros MPs. Também apresentamos as metodologias de teste utilizadas para avaliar os diferentes designs. RESULTADOS: A maioria dos estudos incluídos nesta revisão identificou algum nível de melhoria no desempenho dos profissionais clínicos ao utilizar um novo monitor em comparação com o MP tradicional. Por exemplo, dos 16 estudos incluídos na revisão, 12 identificaram uma melhoria nos tempos de detecção e resposta, e 10 identificaram uma melhoria na precisão ou na eficiência do tratamento. Isto indica que os novos monitores têm o potencial de melhorar o desempenho clínico de enfermeiros e médicos. Entretanto, os resultados de alguns dos estudos são enfraquecidos por deficiências metodológicas. Tais deficiências são discutidas em detalhes neste artigo. CONCLUSÕES: Os estudos que visam investigar as experiências dos usuários e a usabilidade de futuros MPs para o monitoramento de sinais vitais em tempo real devem ter um desenho experimental mais cuidadoso para estabelecer se os MPs poderiam ou não ser usados com sucesso em unidades de terapia intensiva. Fazemos uma série de recomendações sobre como melhorar o design de futuros MPs e os estudos para avaliá-los.
BACKGROUND: The patient monitor (PM) is one of the most commonly used medical devices in hospitals worldwide. PMs are used to monitor patients' vital signs in a wide variety of patient care settings, especially in critical care settings, such as intensive care units. An interesting observation is that the design of PMs has not significantly changed over the past 2 decades, with the layout and structure of PMs more or less unchanged, with incremental changes in design being made rather than transformational changes. Thus, we believe it well-timed to review the design of novel PM interfaces, with particular reference to usability and human factors. OBJECTIVE: This paper aims to review innovations in PM design proposed by researchers and explore how clinicians responded to these design changes. METHODS: A literature search of relevant databases, following the Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses guidelines, identified 16 related studies. A detailed description of the interface design and an analysis of each novel PM were carried out, including a detailed analysis of the structure of the different user interfaces, to inform future PM design. The test methodologies used to evaluate the different designs are also presented. RESULTS: Most of the studies included in this review identified some level of improvement in the clinician's performance when using a novel display in comparison with the traditional PM. For instance, from the 16 reviewed studies, 12 studies identified an improvement in the detection and response times, and 10 studies identified an improvement in the accuracy or treatment efficiency. This indicates that novel displays have the potential to improve the clinical performance of nurses and doctors. However, the outcomes of some of these studies are weakened because of methodological deficiencies. These deficiencies are discussed in detail in this study. CONCLUSIONS: More careful study design is warranted to investigate the user experience and usability of future novel PMs for real time vital sign monitoring, to establish whether or not they could be used successfully in critical care. A series of recommendations on how future novel PM designs and evaluations can be enhanced are provided.
