Execução de transições de cuidado excepcionalmente seguras com pessoas idosas: um estudo qualitativo sobre as perspectivas de equipes multidisciplinares

Ruth Baxter ; Rosemary Shannon ; Jenni Murray ; Jane K. O’Hara ; Laura Sheard ; Alison Cracknell ; Rebecca Lawton
Título original:
Delivering exceptionally safe transitions of care to older people: A qualitative study of multidisciplinary staff perspectives
Resumo:

CONTEXTO: As transições de cuidado frequentemente envolvem riscos, particularmente para pessoas idosas, e a tendência de redução nos tempos de internação hospitalar faz com que os pacientes voltem para casa com necessidades de cuidado continuadas. A maior parte dos estudos anteriores se concentrou em falhas sistêmicas fundamentais; no entanto, na grande maioria das vezes, o cuidado corre bem, sem apresentar problemas. Exploramos as percepções dos profissionais sobre como a atenção primária de alto desempenho e as equipes de especialidades hospitalares prestam um cuidado seguro a pessoas idosas na transição do hospital para casa. MÉTODOS: Realizamos um estudo qualitativo em seis clínicas de atenção primária e quatro especialidades hospitalares que demonstraram taxas de reinternação excepcionalmente baixas ou que conseguiram reduzi-las ao longo do tempo. Também coletamos dados junto a quatro equipes de cuidado comunitário que trabalharam com essas equipes de alto desempenho. No total, 157 equipes multidisciplinares participaram de grupos focais ou entrevistas semiestruturadas, e observamos 9 reuniões relacionadas à alta hospitalar. Utilizamos uma abordagem analítica qualitativa para explorar como as equipes em uma variedade de contextos promovem a execução de transições bem sucedidas e superam os desafios que enfrentam em seu trabalho diário. RESULTADOS: Em uma variedade de contextos de saúde, os profissionais identificaram três temas-chave para facilitar a execução de transições de cuidado seguras: conhecer o paciente, conhecer-se mutuamente e superar as lacunas do sistema. As transições parecem ser mais seguras quando esses três elementos estão presentes. Entretanto, os profissionais enfrentaram vários desafios nesse sentido, particularmente ao atravessarem as fronteiras entre os diferentes ambientes. Devido a pressões e restrições, os profissionais geralmente sentiram que só conseguiam tentar superar esses desafios ao atenderem pacientes com necessidades de cuidados de transição particularmente complexas. CONCLUSÕES: Estabelecemos a hipótese de que as transições de cuidado excepcionalmente seguras podem ser executadas em pacientes com necessidades de saúde e/ou sociais particularmente complexas. Nestas situações, os profissionais tentam conhecer o paciente, aproveitam as relações existentes nos ambientes de cuidado e agem para superar as lacunas do sistema. O reforço sistemático desses fatores facilitadores pode melhorar a prestação de um cuidado de transição seguro a uma maior variedade de pacientes. 
 

Resumo Original:

Background: Transitions of care are often risky, particularly for older people, and shorter hospital stays mean that patients can go home with ongoing care needs. Most previous research has focused on fundamental system flaws, however, care generally goes right far more often than it goes wrong. We explored staff perceptions of how high performing general practice and hospital specialty teams deliver safe transitional care to older people as they transition from hospital to home. Methods: We conducted a qualitative study in six general practices and four hospital specialties that demonstrated exceptionally low or reducing readmission rates over time. Data were also collected across four community teams that worked into or with these high-performing teams. In total, 157 multidisciplinary staff participated in semi-structured focus groups or interviews and 9 meetings relating to discharge were observed. A pen portrait approach was used to explore how teams across a variety of different contexts support successful transitions and overcome challenges faced in their daily roles. Results: Across healthcare contexts, staff perceived three key themes to facilitate safe transitions of care: knowing the patient, knowing each other, and bridging gaps in the system. Transitions appeared to be safest when all three themes were in place. However, staff faced various challenges in doing these three things particularly when crossing boundaries between settings. Due to pressures and constraints, staff generally felt they were only able to attempt to overcome these challenges when delivering care to patients with particularly complex transitional care needs. Conclusions: It is hypothesised that exceptionally safe transitions of care may be delivered to patients who have particularly complex health and/or social care needs. In these situations, staff attempt to know the patient, they exploit existing relationships across care settings, and act to bridge gaps in the system. Systematically reinforcing such enablers may improve the delivery of safe transitional care to a wider range of patients. 
 

Fonte:
BMC Health Services Research ; 20(24): 2020. DOI: 10.1186/s12913-020-05641-4.