Avaliação da prevenção de infecções relacionadas à ventilação mecânica em quatro unidades de terapia intensiva australianas
CONTEXTO: Abordagens efetivas para a melhoria da prática clínica exigem o desenvolvimento de intervenções sob medida em colaboração com os usuários dos conhecimentos.
OBJETIVOS: Explorar os conhecimentos dos enfermeiros de terapia intensiva e a adesão às diretrizes de melhores práticas para o manejo de pacientes com vias aéreas artificiais a fim de minimizar o desenvolvimento de pneumonia associada à ventilação mecânica.
MÉTODOS: Realizamos um estudo transversal em quatro unidades de terapia intensiva. O estudo teve três fases: (1) inquérito junto aos enfermeiros de terapia intensiva para avaliar a prática atual, (2) observação da prestação do cuidado respiratório e (3) auditoria de prontuários. Os principais processos de cuidado avaliados foram: (1) técnica e adesão às precauções-padrão ao realizar aspiração endotraqueal, verificação da pressão do balonete (cuff) e extubação e (2) frequência da aspiração endotraqueal e do cuidado bucal.
RESULTADOS: Coletamos dados observacionais e da auditoria de prontuários sobre a prestação e documentação do cuidado respiratório em 36 pares enfermeiro-paciente. O inquérito foi aplicado em 46 enfermeiros, e a maioria respondeu que a aspiração endotraqueal e o cuidado bucal deveriam ser realizados “quando necessário” ou a cada 2 horas. Durante as observações da prática, nenhum paciente recebeu cuidado bucal a cada 2 horas nem houve documentação do cuidado com essa frequência. Observamos uma adesão inconsistente às precauções-padrão e à higienização das mãos durante a prestação do cuidado respiratório. A auditoria de prontuários indicou variações na frequência de aspiração pelos enfermeiros, o que foi consistente com os resultados documentados na avaliação da prática clínica.
CONCLUSÃO: Embora os enfermeiros tivessem bons conhecimentos sobre o manejo de vias aéreas artificiais, tais conhecimentos não se traduziram consistentemente na prática clínica. Identificamos lacunas na prevenção de infecções respiratórias, na prevenção da microaspiração de secreções orofaríngeas e na prestação do cuidado bucal.
Ciampoli, Natasha; Bouchoucha, Stephane; Currey, Judy; Hutchinson, Ana
BACKGROUND: Effective approaches to practice improvement require development of tailored interventions in collaboration with knowledge users.
OBJECTIVES: To explore critical care nurses' knowledge and adherence to best practice guidelines for management of patients with an artificial airway to minimise development of ventilator-associated pneumonia.
METHODS: A cross-sectional study was undertaken across four intensive care units that involved three phases: (1) survey of critical care nurses regarding their current practice; (2) observation of respiratory care delivery; and (3) chart audit. Key care processes evaluated were: (1) technique and adherence to standard precautions when performing endotracheal suction, cuff pressure checks and extubation; and (2) frequency of endotracheal suctioning and mouth care.
RESULTS: Observational and chart audit data on the provision and documentation of respiratory care were collected for 36 nurse/patient dyads. Forty-six nurses were surveyed and the majority responded that endotracheal suctioning and mouth care should be performed 'as required' or every 2 hours (h). During observations of practice, no patient received mouth care every 2 h, nor had documentation of such. Inconsistent adherence to standard precautions and hand hygiene during respiratory care provision was observed. Chart audit indicated that nurses varied in the frequency of suctioning consistent with documented clinical assessment findings.
CONCLUSION: Although nurses had good knowledge for the management of artificial airways, this was not consistently translated into practice. Gaps were identified in relation to respiratory related infection prevention, the prevention of micro-aspiration of oropharyngeal secretions and in the provision of mouth care.