Perspectivas de líderes hospitalares australianos sobre a prestação de um cuidado seguro: implicações para a segurança I e II

Leggat, S.G. ; Balding, C. ; Bish, M.
Título original:
Perspectives of Australian hospital leaders on the provision of safe care: implications for safety I and safety II
Resumo:

Objetivo: Há evidências de que a segurança do paciente não melhorou de forma proporcional à atenção e aos recursos dedicados a promovê-la em todo o mundo. Exploramos as perspectivas de líderes hospitalares sobre os desafios de liderar um cuidado seguro. Desenho/metodologia/abordagem: Este artigo relata os resultados de um estudo longitudinal de três anos em oito hospitais australianos. Uma amostra representativa de líderes hospitalares, incluindo membros dos conselhos de direção, gerentes sênior e de nível médio e líderes clínicos, participou de grupos focais duas vezes por ano entre 2015 e 2017. Resultados: Embora os hospitais participantes possuíssem sistemas de segurança I, os líderes relataram consistentemente que dependiam predominantemente de profissionais competentes e bem-intencionados para garantir a segurança do paciente, mais do que de uma perspectiva baseada na segurança II. Esta confiança se baseava em suas percepções sobre as ações dos profissionais para garantir a segurança do paciente, em vez de conhecimentos reais sobre as habilidades ou comportamentos dos profissionais. Os resultados deste estudo sugerem que esta confiança baseada em relações consiste em um mecanismo de defesa para os líderes de sistemas complexos adaptativos (SCAs) que são incapazes de influenciar a prestação do cuidado na linha de frente. Exploramos os possíveis fatores contribuintes para estas percepções. Implicações práticas: Nos SCAs, os líderes têm controle limitado sobre os processos de prestação do cuidado à beira do leito e, por isso, só o que podem fazer é confiar em que “bons profissionais vão prestar um bom cuidado” como uma estratégia para o atendimento seguro. No entanto, essa confiança, aliada a uma abordagem baseada predominantemente na segurança 1, não está sendo capaz de reduzir a ocorrência de danos. Os resultados deste estudo sugerem que as crenças dos líderes sobre o papel que seus funcionários desempenham para garantir a prestação de um cuidado seguro contribuem para a falta de progresso na segurança do paciente. Os autores recomendam três atividades de liderança baseadas em evidências para promover a transição para uma abordagem proativa, fundamentada na segurança II, a fim de prestar um cuidado seguro. Originalidade/valor: Este é o primeiro estudo longitudinal a explorar as perspectivas dos líderes hospitalares sobre a prestação de um cuidado seguro e de qualidade em seus hospitais. Uma grande amostra de membros dos conselhos de direção, gerentes e líderes clínicos apresentou dados aprofundados sobre as suas perspectivas em relação à qualidade e à segurança. 
 

Resumo Original:

Purpose: There is evidence that patient safety has not improved commensurate with the global attention and resources dedicated to achieving it. The authors explored the perspectives of hospital leaders on the challenges of leading safe care. Design/methodology/approach: This paper reports the findings of a three-year longitudinal study of eight Australian hospitals. A representative sample of hospital leaders, comprising board members, senior and middle managers and clinical leaders, participated in focus groups twice a year from 2015 to 2017. Findings: Although the participating hospitals had safety I systems, the leaders consistently reported that they relied predominantly on their competent well-meaning staff to ensure patient safety, more of a safety II perspective. This trust was based on perceptions of the patient safety actions of staff, rather than actual knowledge about staff abilities or behaviours. The findings of this study suggest this hegemonic relational trust was a defence mechanism for leaders in complex adaptive systems (CASs) unable to influence care delivery at the front line and explores potential contributing factors to these perceptions. Practical implications: In CASs, leaders have limited control over the bedside care processes and so have little alternative but to trust in “good staff providing good care” as a strategy for safe care. However, trust, coupled with a predominantly safety 1 approach is not achieving harm reduction. The findings of the study suggest that the beliefs the leaders held about the role their staff play in assuring safe care contribute to the lack of progress in patient safety. The authors recommend three evidence-based leadership activities to transition to the proactive safety II approach to pursuing safe care. Originality/value: This is the first longitudinal study to provide the perspectives of leaders on the provision of quality and safety in their hospitals. A large sample of board members, managers and clinical leaders provides extensive data on their perspectives on quality and safety. 

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Fonte:
Journal of Health Organization and Management ; 2021. DOI: 10.1108/JHOM-10-2020-0398.