Comunicação como uma habilidade clínica de alto impacto: simulação just-in-time e aprendizagem observacional vicária para promover o cuidado centrado no paciente e na família e melhorar as habilidades de profissionais em formação

A comunicação entre pacientes e profissionais é fundamental para a prestação de um cuidado de alta qualidade e para garantir a segurança do paciente; no entanto, o ritmo de trabalho e os desafios cada vez mais complexos enfrentados por equipes sobrecarregadas representam grandes pressões, até mesmo para os profissionais clínicos mais dedicados. A pandemia de COVID-19 perturbou ainda mais a comunicação entre os profissionais clínicos e os pacientes e seus familiares. A dependência da comunicação por telefone e as barreiras físicas do equipamento de proteção individual limitam a comunicação não verbal e diminuem a capacidade dos profissionais de reconhecer e responder às emoções. O desenvolvimento de novas abordagens para ensinar habilidades de comunicação aos profissionais em formação, que são frequentemente responsáveis pela comunicação com os pacientes e suas famílias, representa um desafio, especialmente durante uma pandemia ou outra crise. O treinamento baseado em simulações just-in-time — imediatamente antes de uma intervenção — serve como uma estrutura de apoio para os profissionais em formação que precisam se envolver em conversas difíceis, melhorando as experiências dos pacientes e seus familiares. Utilizando um cenário realista, o autor ilustra as principais etapas para o uso eficaz do treinamento de comunicação baseado em simulações just-in-time: avaliar a compreensão da situação pelo estudante, determinar quais aspectos do encontro podem ser mais complexos, apresentar um roteiro que sirva como auxílio cognitivo, recordar ou ensinar habilidades específicas, preparar o estudante emocionalmente através da reflexão e do ensaio mental, dar instruções sobre a abordagem, o ritmo e o tom para prestar o cuidado de forma a transmitir empatia e significado e, por fim, oferecer feedback específico, honesto e curioso para abordar quaisquer deficiências no desempenho. Além disso, o autor reconhece que as condições clínicas às vezes requerem a aprendizagem por meio da observação ao invés da ação, dando assim orientações para aproveitar ao máximo a aprendizagem observacional vicária: identificar os possíveis desafios no encontro com o paciente e conectá-los explicitamente às metas de aprendizagem do profissional em formação, explicar por que um membro mais experiente da equipe está conduzindo a conversa, pedir ao profissional em formação para observar o encontro e preparar feedback, escolher cuidadosamente o local, identificar o papel de cada um dos envolvidos no início da conversa, realizar um debriefing, compartilhar reações e agradecer ao estudante por seu feedback e observações.
 

Patient-provider communication is a hallmark of high-quality care and patient safety; however, the pace and increasingly complex challenges that face overextended teams strain even the most dedicated clinicians. The COVID-19 pandemic has further disrupted communication between clinicians and their patients and families. The dependence on phone communication and the physical barriers of protective gear limit nonverbal communication and diminish clinicians' ability to recognize and respond to emotion. Developing new approaches to teach communication skills to trainees who are often responsible for communicating with patients and their families is challenging, especially during a pandemic or other crisis. "Just-in-time" simulation-simulation-based training immediately before an intervention-provides the scaffolding and support trainees need for conducting difficult conversations, and it enhances patients' and families' experiences. Using a realistic scenario, the author illustrates key steps for effectively using just-in-time simulation-based communication training: assessing the learner's understanding of the situation; determining what aspects of the encounter may prove most challenging; providing a script as a cognitive aid; refreshing or teaching a specific skill; preparing learners emotionally through reflection and mental rehearsal; coaching on the approach, pace, and tone for a delivery that conveys empathy and meaning; and providing specific, honest, and curious feedback to close a performance gap. Additionally, the author acknowledges that clinical conditions sometimes require learning by observing rather than doing and has thus provided guidance for making the most of vicarious observational learning: identify potential challenges in the encounter and explicitly connect them to trainee learning goals; explain why a more advanced member of the team is conducting the conversation; ask the trainee to observe and prepare feedback; choose the location carefully; identify everyone's role at the beginning of the conversation; debrief; share reactions; and thank the trainee for their feedback and observations.