Desfazendo o mito de que a maioria dos erros no cuidado de saúde está ligada a problemas de comunicação

Timothy C Clapper ; Kevin Ching
Título original:
Debunking the myth that the majority of medical errors are attributed to communication
Resumo:

CONTEXTO: Muitos artigos, capítulos de livros e apresentações começam com a afirmação de que a maioria dos erros no cuidado de saúde está ligada a problemas de comunicação. No entanto, esta afirmação pode não ser corroborada pela pesquisa publicada. OBJETIVOS: O objetivo desta revisão sistemática foi examinar os relatos de erros na literatura de pesquisa. MÉTODOS: Realizamos uma pesquisa sistemática de artigos publicados nos últimos 20 anos (de 1998 a 2018) e indexados nas bases de dados PubMed/MEDLINE e Cumulative Index to Nursing and Allied Health (CINAHL) usando os seguintes termos de busca: erros no cuidado de saúde, pesquisa e comunicação. A inclusão se baseou na pesquisa primária generalizada sobre erros no cuidado de saúde e as causas relatadas. RESULTADOS: A pesquisa sistemática identificou 2881 artigos, dos quais 42 cumpriram os critérios de inclusão. Embora houvesse alguma sobreposição, três categorias de erros foram predominantes neste estudo: erros de comissão (20 artigos; 47,6%), erros de omissão (6 artigos; 14,2%) e erros de comunicação (4 artigos; 9,5%). Houve 12 (28,5%) artigos nos quais todas as três categorias contribuíram significativamente para o erro. Nestes 12 artigos, os erros de comissão ou omissão foram predominantes em 9 artigos (21,4%) e os erros de comunicação foram predominantes em apenas 3 artigos (7%). CONCLUSÕES: A afirmação de que a maioria dos erros no cuidado de saúde está relacionada a problemas de comunicação não é corroborada por esta revisão sistemática. A grande maioria dos erros relatados é formada por erros de omissão ou comissão. A publicação intencional ou não intencional de informações errôneas pode desencaminhar as iniciativas de segurança do paciente e as prioridades das agências de pesquisa e financiamento.
 

Resumo Original:

Resumo:
CONTEXT: Many articles, book chapters and presentations begin with a declaration that the majority of medical errors are attributed to communication. However, this statement may not be supported by the research reported in the literature. OBJECTIVES: The purpose of this systematic review is to identify where errors are reported in the research literature. METHODS: A systematised review was conducted of research articles over the last 20 years (1998-2018) indexed in PubMed/MEDLINE and the Cumulative Index to Nursing and Allied Health (CINAHL) using term combinations: medical errors, research and communication. Inclusion was based on reported generalised primary research of medical error and the reported causes. RESULTS: This systematised review resulted in 2881 research articles, which produced 42 that met the inclusion criteria. Although there was some overlap, three categories of errors were dominant in this research: errors of commission (20 articles; 47.6%), errors of omission (six articles; 14.2%) and errors through communication (four articles; 9.5%). There were 12 (28.5%) articles in which all three categories together significantly contributed to error. Of these 12 articles, errors of commission or omission were dominant in nine articles (21.4%) and errors of communication were prevalent in only three articles (7%). CONCLUSIONS: The assertion that the majority of medical errors can be attributed to miscommunication is not supported by this systematic review. Overwhelmingly, most reported errors are attributed to errors of omission or commission. Intentionally or unintentionally providing misinformation may mislead patient safety initiatives, and research and funding agency priorities.

Fonte:
Medical Education ; 2021. DOI: doi.org/10.1111/medu.13821.