Segurança da transfusão de hemácias usando pequenos cateteres centrais em neonatos: um estudo de não inferioridade in vitro

Flavia Rosa-Mangeret ; Sophie Waldvogel-Abramowski ; Riccardo E. Pfister ; Olivier Baud ; Sébastien Fau
Título original:
Safety of Red Blood Cell Transfusion Using Small Central Lines in Neonates: An in vitro Non-inferiority Study
Resumo:

Resumo
Objetivo: Este estudo procurou investigar a segurança da transfusão de concentrados de hemácias (CHs) através de cateteres centrais de inserção periférica (CCIPs) de dimensão pequena [24 gauge (24G)] e muito pequena [28 gauge (28G)], de acordo com as diretrizes da prática transfusional na Suíça. 
Métodos: Realizamos um estudo de não inferioridade in vitro para avaliar a segurança da transfusão de CHs durante 4 horas a uma velocidade de 4 ml/h através de CCIPs de silicone 24G e de poliuretano 28G, em comparação com um cateter periférico curto de 24G. O desfecho primário foi a porcentagem de hemólise. Os desfechos secundários foram a oclusão do cateter, a pressão no interior do cateter e os níveis de potássio e lactato. 
Resultados: Para o desfecho primário, as taxas de hemólise não foram estatisticamente diferentes entre os grupos de cateteres (variação de 0,06%, p=0,95) ou ao longo do tempo (variação de 2,75%, p=0,72). As maiores taxas de hemólise em ambos os CCIPs (de 24G e 28G) permaneceram abaixo da margem predefinida de não inferioridade. Não observamos a oclusão de cateteres. A pressão no cateter variou entre os grupos, mas seguiu o mesmo padrão de aumento rápido seguido de estabilização. Os níveis de potássio e lactato não foram estatisticamente diferentes entre os cateteres testados (variação de 0,139%, p=0,98 para potássio e 0,062%, p=0,96 para lactato). 
Conclusões: Este estudo mostra que a transfusão de CHs realizada in vitro através de CCIPs de silicone 24G e poliuretano 28G é viável, sem problemas detectáveis de hemólise ou pressão. Além disso, em relação à hemólise, a transfusão de CHs através de CCIPs de dimensão pequena e muito pequena não é inferior à transfusão com cateteres periféricos curtos 24G. É necessário realizar a avaliação clínica prospectiva em bebês prematuros para confirmar estes dados no futuro.

Resumo Original:

Abstract
Aim: This study aimed to investigate the safety of transfusing red blood cell concentrates (RBCCs) through small [24 gauge (24G)] and extra-small [28 gauge [28G)] peripherally inserted central catheters (PICCs), according to guidelines of transfusion practice in Switzerland. 
Methods: We performed a non-inferiority in vitro study to assess the safety of transfusing RBCC for 4 h at a 4 ml/h speed through 24G silicone and 28G polyurethane PICC lines, compared with a peripheral 24G short catheter. The primary endpoint was hemolysis percentage. Secondary endpoints were catheter occlusion, inline pressure, and potassium and lactate values. 
Results: For the primary outcome, hemolysis values were not statistically different among catheter groups (0.06% variation, p = 0.95) or over time (2.75% variation, p = 0.72). The highest hemolysis values in both 24G and 28G PICCs were below the non-inferiority predefined margin. We did not observe catheter occlusion. Inline pressure varied between catheters but followed the same pattern of rapid increase followed by stabilization. Potassium and lactate measurements were not statistically different among tested catheters (0.139% variation, p = 0.98 for potassium and 0.062%, p = 0.96 for lactates). 
Conclusions: This study shows that RBCC transfusion performed in vitro through 24G silicone and 28G polyurethane PICC lines is feasible without detectable hemolysis or pressure concerns. Also, it adds that, concerning hemolysis, transfusion of RBCC in small and extra-small PICC lines is non-inferior to peripheral short 24G catheters. Clinical prospective assessment in preterm infants is needed to confirm these data further.
 

Fonte:
Front Pediatr ; 2021. DOI: doi.org/10.3389/fped.2021.606611.