Coaches clínicos e segurança do paciente: um estudo exploratório descritivo
A segurança do paciente em hospitais é uma prioridade fundamental. Os coaches clínicos que educam, apoiam e orientam os profissionais para prestar um cuidado seguro e de alta qualidade encontram-se em uma posição ideal para influenciar positivamente a segurança do paciente. Objetivo: Este estudo procurou compreender como os coaches clínicos desempenham o seu papel de educação, gestão de riscos e apoio à segurança do paciente no local de prestação do cuidado. CONTEXTO: A segurança do paciente se desenvolveu a partir de um modelo reativo, baseado na identificação de problemas e na busca de soluções, evoluindo então para uma abordagem centrada no desempenho humano, com o objetivo de compreender como as pessoas se adaptam e respondem em sistemas complexos para garantir que “as coisas corram bem”. Os coaches clínicos que trabalham como educadores no ponto de prestação do cuidado estão em uma posição única para assegurar que “as coisas corram bem”, apoiando os profissionais para prever o surgimento de problemas e responder proativamente a eles, particularmente quando situações complexas na prática clínica mudam inesperadamente. Sabe-se pouco sobre as experiências de orientação clínica com intervenções just in time (na hora certa) para prevenir erros, incidentes ou omissões no ponto de prestação do cuidado. DESENHO: Realizamos um estudo exploratório descritivo com enfermeiros que executam o papel de coaches clínicos (n=29). MÉTODOS: Os dados foram coletados por meio de um inquérito concebido especificamente para o estudo. RESULTADOS: Os coaches clínicos realizaram intervenções just in time em diversas situações clínicas, incluindo erros de medicação, procedimentos clínicos, documentação, habilidades de avaliação e passagens de caso/plantão. O conjunto de habilidades dos profissionais, a acuidade dos pacientes e a introdução de novos profissionais na equipe influenciaram as intervenções dos coaches clínicos. A maioria dos coaches clínicos executou intervenções junto a profissionais tanto de nível hierárquico mais baixo como mais alto. De modo geral, os coaches clínicos passaram até três a quatro horas por dia gerindo proativamente os riscos junto a uma variedade de profissionais e situações clínicas. CONCLUSÕES: Os coaches clínicos desempenham um papel importante para garantir a segurança do paciente, intervindo regularmente “na hora certa” para evitar a ocorrência de erros, omissões ou incidentes no local de prestação do cuidado. O papel do coach clínico, que educa e apoia os profissionais para prestarem um cuidado seguro e de alta qualidade, representa uma contribuição valiosa para a segurança do paciente.
Patient safety in hospitals is a key priority. Clinical coaches who educate, support and coach staff to deliver safe, high quality care, are ideally placed to positively influence patient safety. AIM: This study aimed to understand how clinical coaches in an education role, manage risk and support patient safety at the point of care. BACKGROUND: Patient safety has developed from a find and fix reactive model towards an approach which focuses on human performance, aiming to understand how individuals adapt and respond in complex systems to ensure 'things go right'. Clinical coaches working as educators at the point of care, are uniquely placed to ensure 'things go right', supporting staff to anticipate and proactively respond to emerging issues, particularly when complex practice situations change unexpectedly. Clinical coach experiences of intervening 'just in time' to prevent errors incidents or omissions occurring at the point of care is unknown. DESIGN: This was a descriptive exploratory study conducted with registered nurses working in the role of clinical coach (n = 29). METHODS: Study data were collected through a purposefully designed survey. RESULTS: Clinical coaches intervened 'just in time' across a variety of clinical situations including medication errors, clinical procedures, documentation, assessment skills and clinical handover. Lower skill mix, higher patient acuity and the commencement of new staff influenced clinical coach 'just in time' interventions. Most of the clinical coaches had intervened with both junior and senior members of staff. Overall, clinical coaches spent up to 3-4 h every day proactively managing risk across a variety of clinical situations and staff. CONCLUSIONS: Clinical coaches play an important role in ensuring patient safety by regularly intervening 'just in time' to prevent errors, omissions, or incidents from occurring at the point of care. The clinical coach role, which educates and supports staff to deliver safe, high quality care, makes a valuable contribution towards patient safety.
