Criação de um programa de apoio entre pares ampliado para toda a equipe de saúde: sem deixar ninguém para trás

Klatt, T.E. ; Sachs, J.F. ; Huang, C.-C. ; Pilarski, A.M.
Título original:
Building a Program of Expanded Peer Support for the Entire Health Care Team: No One Left Behind
Resumo:

Contexto: Os erros no cuidado de saúde podem causar a síndrome da segunda vítima (SSV) nos profissionais da saúde. A literatura que descreve o desenvolvimento de programas eficazes de apoio entre pares é limitada. Este artigo descreve a implementação de um programa de apoio entre pares para todo um sistema de saúde. Métodos: A equipe de pesquisa treinou inicialmente 52 apoiadores, que representaram todas as áreas clínicas de um hospital universitário urbano de nível quaternário. Cada um deles apoiou então colegas em situação de risco, aumentou a conscientização sobre a SSV e recrutou outros para treinamento. Os fatores desencadeantes para o apoio entre pares foram expandidos, passando a incluir erros no cuidado de saúde, resultados de saúde imprevistos, a incapacidade de interromper a progressão de condições clínicas, emergências médicas de colegas, comportamento agressivo de um paciente/familiar e eventos relacionados à COVID-19. Resumimos aqui os dados informados pelos apoiadores. Após a sessão inicial de 5 horas, o treinamento foi condensado em 2,5 horas. Avaliamos então a efetividade dessas sessões de treinamento. Usamos a ferramenta SVEST (Second Victim Experience and Support Tool) para avaliar a efetividade do programa três e nove meses após a implementação. Resultados: Após 18 meses, o programa já contava com 149 apoiadores: 81 professores de medicina e 68 funcionários do hospital. Os provedores receberam 46,5% das instâncias de apoio, e os funcionários do hospital receberam 47,9%. O evento que mais exigiu apoio foi a incapacidade de interromper a progressão de condições clínicas (24,5%). Ambas as sessões de treinamento melhoraram os conhecimentos dos participantes sobre a SSV e o seu conforto em ensinar a outros as formas de apoiar uma segunda vítima. Ambos os inquéritos com a ferramenta SVEST demonstraram que o apoio oferecido por um supervisor ou por uma pessoa que não é um colega de trabalho foram as formas de apoio mais valorizadas, seguidas do apoio por colegas. O apoio institucional teve a pior classificação. Conclusão: A equipe foi bem-sucedida na implementação de um programa de apoio entre pares, com apoiadores de várias disciplinas clínicas treinados para oferecer apoio após a ocorrência de eventos angustiantes, não limitados a erros no cuidado de saúde.

Resumo Original:

Background: Medical errors can cause second victim syndrome (SVS) in caregivers. Literature describing the development of effective peer support programs is limited. This article describes the implementation of a peer support program for an entire health care system. Methods: The research team initially trained 52 supporters representing all clinical areas throughout an urban academic quaternary care campus. Each then supported at-risk colleagues, raised awareness of SVS, and recruited others for training. Triggers for peer support expanded to include medical errors, unanticipated patient outcomes, inability to stop the progression of medical conditions, medical emergencies of colleagues, aggressive behavior by a patient/family member, and COVID-19 events. Data reporting supporters’ efforts were summarized. After the initial 5-hour session, training was condensed into 2.5 hours. The effectiveness of these training sessions was assessed. The Second Victim Experience and Support Tool (SVEST) was used to assess program effectiveness three and nine months after implementation. Results: By 18 months, a blended program was achieved with 149 supporters: 81 medical college and 68 hospital personnel. Providers received 46.5% of support efforts and hospital personnel 47.9%. The most common event supported was inability to stop the progression of medical conditions (24.5%). Both training sessions improved attendees’ knowledge of SVS and improved their comfort with teaching others how to support a second victim. Both SVEST surveys showed that nonwork and supervisor support rated highest, followed by colleague support. Institution support rated lowest. Conclusion: The team successfully implemented a peer support program with trained supporters from various clinical disciplines for distressing events beyond medical errors.

Fonte:
The Joint Commission Journal on Quality and Patient Safety ; 47(12): 759-767; 2022. DOI: 10.1016/j.jcjq.2021.08.010.