Falha no resgate após cirurgia de emergência: uma análise FRAM sobre o tratamento do paciente em deterioração

M Sujan ; N Bilbro ; A Ross ; L Earl ; M Ibrahim ; G Bond-Smith ; A Ghaferi
Título original:
Failure to rescue following emergency surgery: A FRAM analysis of the management of the deteriorating patient
Resumo:

CONTEXTO: A falha no resgate (FR) é a mortalidade por complicações ocorridas após uma cirurgia com intenção curativa. Unidades de saúde com alto volume e baixa mortalidade têm taxas de complicações semelhantes às de outras unidades, mas têm taxas mais baixas de FR. Por isso, para reduzir a mortalidade cirúrgica, é fundamental contar com respostas efetivas ao paciente em deterioração pós-operatória. A Engenharia da Resiliência pode oferecer uma perspectiva útil para estudar a forma como o tratamento da deterioração pode ser bem-sucedida e como reforçar a resiliência. MÉTODO: Estudamos a resposta ao paciente que apresenta deterioração após cirurgia abdominal de emergência em uma grande unidade de emergência cirúrgica, usando o Método de Análise de Ressonância Funcional (FRAM). A análise FRAM concentra-se nos conflitos e vantagens/desvantagens inerentes ao processo de resposta e em como os profissionais se adaptam a eles, em vez de procurar identificar e eliminar erros. Realizamos 31 entrevistas semiestruturadas e dois seminários para criar um modelo do sistema de resposta a partir do qual seria possível identificar possíveis formas de reforçar a resiliência do sistema. RESULTADOS: O modelo identificou 23 funções, agrupadas em cinco categorias, e sua respectiva variabilidade. A análise FRAM destacou os conflitos e vantagens/desvantagens que afetaram as decisões ao longo do tempo, bem como as estratégias utilizadas pelos profissionais para lidar com estas tensões subjacentes. As sugestões para melhorar a resiliência do sistema centraram-se na melhoria da comunicação em equipe, na aprendizagem organizacional e nos relacionamentos, em vez de tentar identificar e corrigir falhas específicas do sistema. CONCLUSÃO: A análise FRAM pode ser usada para analisar sistemas de trabalho cirúrgicos a fim de fazer recomendações centradas no fortalecimento da resiliência organizacional. O valor potencial desse tipo de análise deve ser explorado pela avaliação empírica de seu uso na melhoria dos sistemas.

Resumo Original:

BACKGROUND: Failure to rescue (FTR) denotes mortality from post-operative complications after surgery with curative intent. High-volume, low-mortality units have similar complication rates to others, but have lower FTR rates. Effective response to the deteriorating post-operative patient is therefore critical to reducing surgical mortality. Resilience Engineering might afford a useful perspective for studying how the management of deterioration usually succeeds and how resilience can be strengthened. METHODS: We studied the response to the deteriorating patient following emergency abdominal surgery in a large surgical emergency unit, using the Functional Resonance Analysis Method (FRAM). FRAM focuses on the conflicts and trade-offs inherent in the process of response, and how staff adapt to them, rather than on identifying and eliminating error. 31 semi-structured interviews and two workshops were used to construct a model of the response system from which conclusions could be drawn about possible ways to strengthen system resilience. RESULTS: The model identified 23 functions, grouped into five clusters, and their respective variability. The FRAM analysis highlighted trade-offs and conflicts which affected decisions over timing, as well as strategies used by staff to cope with these underlying tensions. Suggestions for improving system resilience centred on improving team communication, organisational learning and relationships, rather than identifying and fixing specific system faults. CONCLUSION: FRAM can be used for analysing surgical work systems in order to identify recommendations focused on strengthening organisational resilience. Its potential value should be explored by empirical evaluation of its use in systems improvement.

Fonte:
Applied Ergonomics ; 2022. DOI: 10.1016/j.apergo.2021.103608..