Vinculação da resiliência e regulamentação em todos os níveis do sistema de saúde: um estudo multinível

Sina Furnes Øyri ; Siri Wiig
Título original:
Linking resilience and regulation across system levels in healthcare - a multilevel study
Resumo:

CONTEXTO: A Regulamentação da Melhoria da Qualidade foi introduzida no sistema de saúde norueguês em 2017 como um novo marco regulatório nacional para apoiar os esforços locais de qualidade e segurança nos hospitais. Uma resposta baseada em pesquisa foi o desenvolvimento de um estudo com a pergunta geral: Como uma nova regulamentação de saúde implementada em três níveis do sistema contribui para a capacidade de adaptação na gestão hospitalar de qualidade e segurança? Com base no desenvolvimento e na implementação da Regulamentação de Melhoria da Qualidade, este estudo visa sintetizar os achados entre os níveis macro, meso e micro no sistema de saúde norueguês. MÉTODOS: O estudo de caso integrado de múltiplos níveis coletou dados por documentos e entrevistas. Uma abordagem de síntese das descobertas em todas as subunidades foi aplicada na análise de conteúdo dogmática e qualitativa jurídica. AMBIENTE: Três órgãos governamentais de nível macro, três governadores de condado de nível meso e três hospitais de nível micro. PARTICIPANTES: Sete reguladores de nível macro, 12 diretores médicos/inspetores do condado de nível meso e 20 gerentes hospitalares/conselheiros de qualidade de nível micro. RESULTADOS: A partir de uma investigação multinível, foram descobertos três temas. Todos os níveis do sistema consideraram a Regulamentação de Melhoria da Qualidade para facilitar a capacidade adaptativa e reconheceram a flexibilidade contextual como uma característica regulatória importante. Os participantes concordaram que a incerteza e a variação dificultam a capacidade de planejamento e de antecipação de riscos. No entanto, os achados identificaram opiniões conflitantes entre inspetores e gerentes hospitalares sobre sua colaboração, com diferentes percepções do impacto da inspeção externa. O estudo não encontrou mudanças nas práticas gerenciais ou clínicas nem mudanças substanciais na abordagem da inspeção externa devido ao novo referencial regulatório. CONCLUSÕES: A Regulamentação de Melhoria da Qualidade facilita a capacidade de adaptação, contrariando o pressuposto de que a regulamentação e a resiliência são "opostos sem esperança". No entanto, as expectativas governamentais em relação à implementação e à inspeção externa não estavam totalmente ligadas às mudanças na gestão hospitalar. Assim, o estudo identificou um elo ausente no regime atual. Sugerimos que os níveis macro, meso e micro sejam considerados parceiros colaborativos na obtenção de capacidade adaptativa em todo o sistema, para garantir uma regulamentação eficiente do risco na melhoria da qualidade e nos processos de segurança do paciente. Outros estudos sobre processos regulatórios poderiam explorar como a gestão e a implementação hospitalar são influenciadas pelas experiências profissionais, posições e compromissos diários dos reguladores, inspetores e gerentes para se adaptar às mudanças e manter um cuidado de alta qualidade.
 

Resumo Original:

BACKGROUND: The Quality Improvement Regulation was introduced to the Norwegian healthcare system in 2017 as a new national regulatory framework to support local quality and safety efforts in hospitals. A research-based response to this, was to develop a study with the overall research question: How does a new healthcare regulation implemented across three system levels contribute to adaptive capacity in hospital management of quality and safety? Based on development and implementation of the Quality Improvement Regulation, this study aims to synthesize findings across macro, meso, and micro-levels in the Norwegian healthcare system. METHODS: The multilevel embedded case study collected data by documents and interviews. A synthesizing approach to findings across subunits was applied in legal dogmatic and qualitative content analysis. SETTING: three governmental macro-level bodies, three meso-level County Governors and three micro-level hospitals. PARTICIPANTS: seven macro-level regulators, 12 meso-level chief county medical officers/inspectors and 20 micro-level hospital managers/quality advisers. RESULTS: Based on a multilevel investigation, three themes were discovered. All system levels considered the Quality Improvement Regulation to facilitate adaptive capacity and recognized contextual flexibility as an important regulatory feature. Participants agreed on uncertainty and variation to hamper the ability to plan and anticipate risk. However, findings identified conflicting views amongst inspectors and hospital managers about their collaboration, with different perceptions of the impact of external inspection. The study found no changes in management- or clinical practices, nor substantial change in the external inspection approach due to the new regulatory framework. CONCLUSIONS: The Quality Improvement Regulation facilitates adaptive capacity, contradicting the assumption that regulation and resilience are "hopeless opposites". However, governmental expectations to implementation and external inspection were not fully linked with changes in hospital management. Thus, the study identified a missing link in the current regime. We suggest that macro, meso and micro-levels should be considered collaborative partners in obtaining system-wide adaptive capacity, to ensure efficient risk regulation in quality improvement and patient safety processes. Further studies on regulatory processes could explore how hospital management and implementation are influenced by regulators', inspectors', and managers' professional backgrounds, positions, and daily trade-offs to adapt to changes and maintain high quality care.
 

Fonte:
BMC Health Services Research ; 22(1): 510; 2022. DOI: 10.1186/s12913-022-07848-z.