Um programa interdisciplinar para líderes emergentes de segurança do paciente

CONTEXTO: Tendo demonstrado anteriormente que um curso de imersão interprofissional, o AELPS (Academy for Emerging Leaders in Patient Safety), pode modificar a forma como os jovens profissionais clínicos pensam sobre a segurança do paciente, aplicamos um inquérito a esses profissionais entre 1 e 5 anos mais tarde para determinar a influência do curso a longo prazo sobre suas carreiras, relações com colegas e com pacientes. MÉTODOS: Todos os alunos que concluíram o curso de 2016 a 2019 (n = 116) foram convidados a preencher um questionário sobre a utilidade de sua experiência com o AELPS para: obter seu cargo profissional atual, realizar projetos de segurança do paciente, compreender e trabalhar com os pacientes, melhorar as habilidades de comunicação, romper hierarquias, fazer networking, atuar como mentores e usar novas habilidades no local de trabalho. Analisamos os dados utilizando estatísticas descritivas e análise temática. RESULTADOS: A taxa de resposta foi de 56%. Mais de 85% dos participantes relataram uma melhoria contínua nos seus conhecimentos sobre segurança dos medicamentos, comunicação com os pacientes, uso de assertividade graduada, comunicação mais eficaz com os colegas, consulta da opinião de seus pacientes sobre as opções de tratamento e enxergar as coisas da perspectiva do paciente. Ao todo, 67% concordaram que o curso AELPS os ajudou na escolha de sua carreira e 57% concordaram que os ajudou a obter o seu cargo profissional atual. As habilidades transferidas para o local de trabalho incluíram a capacidade de implementar melhorias, estabelecer iniciativas educacionais e modelar o cuidado centrado no paciente. Os obstáculos incluíram uma cultura hierárquica e a falta de responsabilização pelas práticas de segurança do paciente em alguns hospitais. DISCUSSÃO: Um programa intensivo e interdisciplinar de segurança do paciente pode dar aos futuros líderes do cuidado de saúde habilidades duradouras para melhorar a comunicação, compreender o ponto de vista do paciente e atuar em defesa do paciente — todos fatores que contribuem para melhorar a segurança do paciente.
 

BACKGROUND: Having previously shown that an interprofessional immersive course, AELPS (Academy for Emerging Leaders in Patient Safety) can change the way young clinicians think about patient safety, we surveyed them between 1 and 5 years later to determine its longer-term influence on careers, relationships with colleagues and with patients. METHODS: All alumni from 2016 to 2019 (n = 116) were invited to complete a survey on the usefulness of their AELPS experience in: obtaining their current position; doing patient safety projects; understanding and working with patients; improving communication skills; breaking down hierarchies; networking; mentoring and using new skills in the workplace. Data were analysed using descriptive statistics and thematic analysis. RESULTS: Response rate was 56%. Over 85% reported ongoing improvement in medication safety knowledge, communication with patients, use of graded assertiveness, communicating more effectively with colleagues, seeking views of their patients about treatment options and seeing things from the patient perspective. Sixty seven per cent agreed that AELPS helped them in their career choice and 57% agreed it had helped them obtain their current position. Skills transferred to the workplace included ability to make improvements, establish education initiatives and model patient-centred care. Stumbling blocks included a hierarchal culture and lack of accountability for patient safety practices in some hospitals. DISCUSSION: An intensive, interdisciplinary program on patient safety can provide future health leaders with ongoing tools to improve communication, understand the patient view and speak up on behalf of the patient, all factors that contribute to improving safety of patients.