Documentação de adesão às melhores práticas de prevenção de infecções nos prontuários: uma investigação de métodos mistos

Alen Hascic ; Aline Wolfensberger ; Lauren Clack ; Peter W Schreiber ; Stefan P Kuster ; Hugo Sax
Título original:
Documentation of adherence to infection prevention best practice in patient records: a mixed-methods investigation
Resumo:

CONTEXTO: As infecções associadas aos cuidados de saúde continuam sendo uma causa evitável de danos aos pacientes. Uma documentação completa da adesão às melhores práticas baseadas em evidências para cada paciente pode auxiliar o monitoramento e a promoção de medidas de prevenção de infecções. Assim, revisamos a extensão, a natureza e os determinantes da documentação dos padrões de prevenção de infecções (PI) em pacientes com IACS. MÉTODOS: Revisamos os prontuários eletrônicos de pacientes (PEP) de pacientes incluídos em quatro estudos anuais de prevalência pontual de 2013-2016 que desenvolveram uma IACS relacionada a dispositivo ou procedimento (infecção do sítio cirúrgico (ISC), infecção do trato urinário associada ao cateter (ITU-AC), infecção associada à ventilação (PAV), infecção da corrente sanguínea relacionada ao cateter (ICSRC)). Examinamos a qualidade da documentação das medidas preventivas obrigatórias publicadas como padrões institucionais de PI. Além disso, foram feitas entrevistas semiestruturadas com profissionais de saúde e uma análise de conteúdo indutiva (teoria fundamentada) e dedutiva (Teoria do Comportamento Planejado) em duas etapas. RESULTADOS: Do total de 2.972 pacientes pesquisados, 249 (8,4%) pacientes desenvolveram 272 infecções associadas a cuidados de saúde. Destes, 116 pacientes preencheram os critérios de inclusão, classificados como pacientes com ISC, ITU-AC, PAV, ICSRC em 78 (67%), 21 (18%), 10 (9%), 7 (6%) casos, respectivamente. Encontramos documentação de medidas de PI em PEP em 432/1308 (33%) casos. Havia documentação de implementação nos PEP dos pacientes do estudo com ISC, ITU-AC, PAV, ICSRC e geral, em 261/931 (28%), 27/104 (26%), 46/122 (38%), 26/151 (17%) e 360/1308 (28%) casos, respectivamente, e documentação de não implementação em 67/931 (7%), 2/104 (2%), 0/122 (0%), 3/151 (2%) e 72/1308 (6%) casos, respectivamente. Atitudes dos profissionais de saúde, normas subjetivas e controle comportamental percebido indicaram relutância em documentar os padrões de PI. CONCLUSÕES: Os PEP raramente incluíram dados conclusivos sobre a adesão aos padrões de PI. A documentação teve que ser estabelecida indiretamente por meio de dados capturados por outras razões. Protocolos de documentação institucional obrigatória ou documentação tecnicamente automatizada podem ser necessários para resolver tais deficiências na documentação de segurança do paciente.

Resumo Original:

BACKGROUND: Healthcare-associated infections remain a preventable cause of patient harm in healthcare. Full documentation of adherence to evidence-based best practices for each patient can support monitoring and promotion of infection prevention measures. Thus, we reviewed the extent, nature, and determinants of the documentation of infection prevention (IP) standards in patients with HAI. METHODS: We reviewed electronic patient records (EMRs) of patients included in four annual point-prevalence studies 2013-2016 who developed a device- or procedure-related HAI (surgical site infection (SSI), catheter-associated urinary tract infection (CAUTI), ventilator-associated infection (VAP), catheter-related bloodstream infection (CRBSI)). We examined the documentation quality of mandatory preventive measures published as institutional IP standards. Additionally, we undertook semi-structured interviews with healthcare providers and a two-step inductive (grounded theory) and deductive (Theory of Planned Behaviour) content analysis. RESULTS: Of overall 2972 surveyed patients, 249 (8.4%) patients developed 272 healthcare-associated infections. Of these, 116 patients met the inclusion criteria, classified as patients with SSI, CAUTI, VAP, CRBSI in 78 (67%), 21 (18%), 10 (9%), 7 (6%), cases, respectively. We found documentation of IP measures in EMRs in 432/1308 (33%) cases. Documentation of execution existed in the study patients' EMRs for SSI, CAUTI, VAP, CRBSI, and overall, in 261/931 (28%), 27/104 (26%), 46/122 (38%), 26/151 (17%), and 360/1308 (28%) cases, respectively, and documentation of non-execution in 67/931 (7%), 2/104 (2%), 0/122 (0%), 3/151 (2%), and 72/1308 (6%) cases, respectively. Healthcare provider attitudes, subjective norms, and perceived behavioural control indicated reluctance to document IP standards. CONCLUSIONS: EMRs rarely included conclusive data about adherence to IP standards. Documentation had to be established indirectly through data captured for other reasons. Mandatory institutional documentation protocols or technically automated documentation may be necessary to address such shortcomings in patient safety documentation.
 

Fonte:
Controle de Infecção Antimicrobiana ; 11(1): 107.; 2022. DOI: 10.1186/s13756-022-01139-2.