Medição e monitoramento do referencial de segurança: um estudo qualitativo de implementação por meio de uma aprendizagem colaborativa canadense
Contexto: A medição e o monitoramento do referencial de segurança (MMSF - do inglês Measurement and Monitoring of Safety Framework) visam ir além de um foco estreito na medição e eventos prejudiciais passados como o principal foco para a segurança em organizações de saúde. Há poucas evidências da implementação e do impacto do MMSF. Objetivo: Nosso objetivo foi examinar as perspectivas e experiências dos participantes para aumentar a compreensão sobre o trabalho de adaptação da implementação do MMSF por meio de um programa de aprendizagem colaborativa em diversos contextos de saúde em todo o Canadá. Métodos: A colaborativa foi constituída por 11 equipes de sete províncias. Realizamos um estudo qualitativo envolvendo entrevistas com 36 participantes, observações de cinco locais e sessões de aprendizagem e coleta de documentos. Resultados: As sessões colaborativas e o coaching permitiram que os participantes explorassem a confiabilidade, a sensibilidade às operações, a antecipação e a preparação, a integração e o aprendizado, além dos danos passados, e fossem além de uma abordagem de segurança orientada para projetos e medições. Os participantes observaram a importância do tempo dedicado para engajar os grupos de interesse na conversa sobre os conceitos do MMSF e sua importância para seus setores antes de passar à implementação do referencial na prática. Enquanto os participantes geralmente começaram com um pequeno número de formas de integrar o MMSF na prática, como rondas ou reuniões rápidas, muitas equipes continuaram a experimentar a incorporação do MMSF em uma variedade de práticas. Os participantes relataram mudanças no pensamento sobre segurança, discussões e comportamentos, que foram percebidas como tendo impacto nos processos de saúde. No entanto, os participantes também relataram desafios para compartilhar o referencial de forma ampla e ir além de sua implementação superficial e dificuldades com seu uso sustentado e generalizado devido a desalinhamentos com os processos de qualidade e segurança existentes. Conclusão: O MMSF requer um afastamento drástico das estratégias de segurança tradicionais que se concentram em problemas distintos e enfatizam a medição. A implementação do MMSF requer extensa discussão, treinamento e experimentação. A implementação futura deve considerar o envolvimento de líderes e treinadores locais e uma abordagem de organização ou sistema para permitir um alcance mais amplo e uma mudança sistêmica.
Background: The Measurement and Monitoring of Safety Framework (MMSF) aims to move beyond a narrow focus on measurement and past harmful events as the major focus for safety in healthcare organisations. There is limited evidence of MMSF implementation and impact. Objective: We aimed to examine participants' perspectives and experiences to increase understanding of the adaptive work of implementing the MMSF through a learning collaborative programme in diverse healthcare contexts across Canada. Methods: The Collaborative consisted of 11 teams from seven provinces. We conducted a qualitative study involving interviews with 36 participants, observations of 5 sites and learning sessions, and collection of documents. Results: Collaborative sessions and coaching allowed participants to explore reliability, sensitivity to operations, anticipation and preparedness, and integration and learning, in addition to past harm, and move beyond a project and measurement oriented safety approach. Participants noted the importance of time dedicated to engaging stakeholders in talk about MMSF concepts and their significance to their settings, prior to moving to implementing the Framework into practice. While participants generally started with a small number of ways of integrating the MMSF into practice such as rounds or huddles, many teams continued to experiment with incorporating the MMSF into a range of practices. Participants reported changes in thinking about safety, discussions and behaviours, which were perceived to impact healthcare processes. However, participants also reported challenges to sharing the Framework broadly and moving beyond its surface implementation, and difficulties with its sustained and widespread use given misalignments with existing quality and safety processes. Conclusion: The MMSF requires a dramatic departure from traditional safety strategies that focus on discrete problems and emphasise measurement. MMSF implementation requires extensive discussion, coaching and experimentation. Future implementation should consider engaging local leaders and coaches and an organisation or system approach to enable broader reach and systemic change.
