Uma abordagem multidimensional para identificar centros de trauma de alto desempenho
INTRODUÇÃO: Os fatores que diferenciam os centros que atuam no mais alto nível de qualidade e segurança do paciente provavelmente envolvem elementos tanto estruturais quanto culturais. Procuramos combinar cinco indicadores representativos de domínios estabelecidos de qualidade em serviços de trauma, identificando e descrevendo as características estruturais dos centros com desempenho consistentemente elevado. MÉTODOS: Usando dados do ACS-TQIP de 2017-2020, avaliamos cinco indicadores de qualidade em vários domínios do cuidado de pacientes adultos em centros de trauma de nível I e II: 1) tempo até a entrada no centro cirúrgico (CC) entre pacientes com lesão abdominal por arma de fogo (LAAF) e choque, 2) proporção de pacientes que recebem profilaxia para tromboembolismo venoso (TEV) em tempo hábil, 3) falha no resgate (morte após uma complicação), 4) complicações hospitalares graves e 5) mortalidade. O desempenho geral foi resumido como uma pontuação composta que incorporou todos os indicadores. Os centros foram classificados do maior ao menor desempenho. A Análise de Componentes Principais (ACP) mostrou a influência de cada indicador no desempenho geral e corroborou a abordagem da pontuação composta. RESULTADOS: Identificamos 272 centros de nível I e II, dos quais 28 e 27 se encontravam nos 10% superiores e inferiores do nível de desempenho, respectivamente. Os pacientes tratados em centros de alto desempenho tiveram taxas significativamente mais baixas de morte, complicações graves e falha no resgate em comparação com os centros de baixo desempenho (p<0,001). O tempo mediano até o CC para LAAF foi quase a metade nos centros de alto desempenho em comparação com os de baixo desempenho, e as taxas de profilaxia para TEV em tempo hábil foram mais que o dobro (p<0,001). Os centros de alto desempenho tiveram maior probabilidade de serem centros de nível I e atenderam um número maior de pacientes gravemente feridos por ano. Cada indicador contribuiu significativamente para a variação nas pontuações, e os centros geralmente tiveram desempenho consistente na maioria dos indicadores. CONCLUSÕES: A combinação de múltiplos indicadores em diversas dimensões da qualidade estabelece um padrão mais elevado para a avaliação do desempenho e permite discriminar os centros de trauma com base em elementos estruturais, especificamente o status como centros de nível 1 e o volume de atendimento. NÍVEL DE EVIDÊNCIAS: Prognósticas e epidemiológicas, III.
INTRODUCTION: The differentiators of centers performing at the highest level of quality and patient safety are likely both structural and cultural. We aimed to combine five indicators representing established domains of trauma quality, and to identify and describe the structural characteristics of consistently performing centers. METHODS: Using ACS-TQIP data from 2017-2020, we evaluated five quality measures across several care domains for adult patients in level I and II trauma centers; 1) time to operating room (OR) for patients with abdominal gunshot wounds (GSW) and shock, 2) proportion of patients receiving timely venous thromboembolism (VTE) prophylaxis, 3) failure to rescue (death following a complication), 4) major hospital complications, and 5) mortality. Overall performance was summarized as a composite score incorporating all measures. Centers were ranked from highest to lowest performer. Principal Component Analysis (PCA) showed the influence of each indicator on overall performance and supported the composite score approach. RESULTS: We identified 272 level I and II centers, with 28 and 27 centers in the top and bottom 10%, respectively. Patients treated in high performing centers had significant lower rates of death major complications, and failure to rescue, compared to low performing centers (p < 0.001). The median time to OR for GSW was almost half that in high compared to low performing centers, and rates of timely VTE prophylaxis were over two-fold greater (p < 0.001). Top performing centers were more likely to be level I centers and cared for a higher number of severely injured patients per annum. Each indicator contributed meaningfully to the variation in scores and centers tended to perform consistently across most indicators. CONCLUSIONS: The combination of multiple indicators across dimensions of quality sets a higher standard for performance evaluation and allows the discrimination of centers based on structural elements, specifically level 1 status, and trauma center volume. LEVEL OF EVIDENCE: Prognostic and Epidemiological, III.