Qualidades e atributos de um profissional consciente: identificação de habilidades de segurança no cuidado de saúde

VINCENT, C. ; LONG, S. ; ARORA, S. ; MOORTHY, K. ; SEVDALIS, N.
Título original:
Qualities and attributes of a safe practitioner: identification of safety skills in healthcare
Resumo:

Objetivos: (1) Identificar uma variedade de habilidades de segurança (atributos de um profissional consciente) que sejam relevantes para diferentes especialidades clínicas. (2) Avaliar os pontos de vista de médicos sobre a importância dessas habilidades e a possibilidade de serem treinadas.

Desenho: Utilizamos um questionário e organizamos um grupo de discussão formado por 10 especialistas em segurança do paciente para criar uma lista de habilidades de segurança. Através de um questionário eletrônico, 50 médicos com longa experiência clínica classificaram as habilidades segundo sua importância e a possibilidade de serem treinadas.

Local: Unidade de Pesquisa em Segurança Clínica associada a uma Fundação do Serviço de Saúde Nacional Britânico (NHS), de um Instituto Acadêmico de Ciências da Saúde.

Resultados: O grupo de discussão e o questionário identificaram 73 habilidades, em 18 categorias amplas. A maior parte dos médicos considerou que essas habilidades eram importantes (as categorias consideradas mais importantes foram: habilidades técnicas [98%], gerência de crise [98%], sinceridade [97,5%]; as menos importantes foram: abertura a novos conhecimentos/práticas [82%], sensibilidade/empatia com o paciente [81,7%], humildade [81.2%]). Houve menos concordância em relação à possibilidade de treinar as habilidades: 16 das 18 categorias foram consideradas treináveis (as categorias consideradas mais treináveis foram: habilidades técnicas [98%], antecipação/preparação [84%], habilidades organizacionais/eficiência [83%]; as menos treináveis foram: zelo [56%], humildade [40%], abertura a novos conhecimentos/práticas [30%]). Um número maior de cirurgiões, em comparação aos clínicos, considerou que "consciência de equipe" e "gestão de crises" eram habilidades que poderiam ser treinadas (p = 0,0099, p= 0,025, respectivamente).

Conclusões: Identificamos um conjunto preliminar de habilidades de segurança que, quando refinadas, poderão servir como base para o desenvolvimento de uma taxonomia formal das qualidades e dos atributos de um profissional consciente. Os especialistas em segurança e os médicos concordam com a importância das habilidades individuais. O fato de profissionais de diversas especialidades terem considerado que a maior parte dessas habilidades poderia ser treinada é encorajador no que diz respeito à possibilidade de se desenvolver currículos genéricos de segurança.

Resumo Original:

Objectives: (1) To identify a range of safety skills (attributes of a safe practitioner) relevant across clinical specialities. 2) To obtain the views of clinicians regarding their importance and trainability. Design: We used a survey and focus group of 10 patient safety experts to extract a list of safety skills. 50 experienced clinicians rated the skills in terms of importance and trainability in an electronic questionnaire.

Setting: A Clinical Safety Research Unit and its associated NHS Trust, within an Academic Health Science Centre. Results 73 skills, in 18 broad categories, were identified from the focus group and survey. The majority of clinicians felt the skills were important (most important: technical skills (98%), crisis management (98%), honesty (97.5%); least important: open-mindedness (82%), patient awareness/empathy (81.7%), humility (81.2%)). There was less agreement about trainability (16/18 categories were felt to be trainable; most trainable: technical skills (98%), anticipation/preparedness (84%), organisational skills/efficiency (83%); least trainable: conscientiousness (56%), humility (40%), open-mindedness (30%)). More surgeons than physicians felt that team awareness and crisis management skills were trainable (p=0.0099, p=0.025, respectively).

Conclusions: We have identified a preliminary set of safety skills, which with further refinement could form the template for the development of a formal taxonomy of the qualities and attributes of the safe practitioner. Experts and practitioners agree about the importance of the individual skills. The fact that the majority of these were felt by experienced cross-speciality clinicians to be trainable is encouraging in terms of the possibility of developing generic safety curricula.

Fonte:
BMJ Quality & Safety ; 20(6): 483-490; 2011. DOI: 10.1136/bmjqs.2010.043166.
DECS:
aptidão, profissionalismo, pessoal de saúde, segurança do paciente, assistência à saúde