Efetividade da higienização das mãos e provisão de informações na prevenção de casos de gripe que exigem internação hospitalar
Contexto: O objetivo deste estudo foi investigar a efetividade de intervenções não farmacológicas na prevenção de casos de gripe (influenza) que exigem internação hospitalar.
Métodos: Fizemos um estudo multicêntrico de caso-controle em 36 hospitais espanhóis no ano de 2010. Foram selecionados os casos de internação por gripe confirmados por reação em cadeia da polimerase após transcrição reversa (RT-PCR) e três controles pareados (dois controles hospitalares e um comunitário). Examinamos o uso de medidas não farmacológicas sete dias antes do início dos sintomas (frequência de lavagem das mãos, uso de solução à base de álcool e lavagem das mãos após o contato com superfícies contaminadas).
Resultados: Estudamos 813 casos de internação por gripe e 2.274 controles. A frequência de lavagem das mãos entre 5 e 10 vezes (odds ratio ajustado [aOR] = 0,65) e >10 vezes (aOR = 0,59) e a lavagem das mãos após o contato com superfícies contaminadas (aOR = 0,65) foram fatores protetores e dependentes da dose (p < 0,001). O uso de soluções à base de álcool esteve associado a benefícios marginais (aOR = 0,82).
Conclusões: A lavagem frequente das mãos deve ser recomendada para prevenir casos de gripe que exigem internação hospitalar.
Palavras-chave: gripe, medidas não farmacológicas, higienização das mãos, lavagem das mãos, transmissão, internação hospitalar, prevenção, estudo de caso-controle, epidemiologia.
Background: The objective of the study was to investigate the effectiveness of non-pharmacological interventions in preventingcases of influenzarequiringhospitalization.
Methods: We performed a multicenter case-control study in 36 hospitals, in 2010 in Spain. Hospitalized influenzacases confirmed by reverse-transcription polymerase chain reaction and three matched controls (two hospital and one community control) per case were selected. The use of non-pharmacological measures seven days before the onset of symptoms (frequency of hand washing, use of alcohol-based hand sanitizers and handwashing after touching contaminated surfaces) was collected.
Results: We studied 813 cases hospitalized for influenza and 2274 controls. The frequency of hand washing 5-10 times (adjusted odds ratio [aOR] = 0.65) and > 10 times (aOR = 0.59) and handwashing after contact with contaminated surfaces (aOR = 0.65) were protective factors and were dose-responsive (p < 0.001). Alcohol-based hand sanitizers were associated with marginal benefits (aOR = 0.82).
Conclusions: Frequent handwashing should be recommended to prevent influenzacasesrequiringhospitalization.