Questões sociotécnicas e desafios na implementação de passagens de casos seguras: noções extraídas de estudos de caso etnográficos
Objetivo: Passagens de caso ineficazes no cuidado de saúde, incluindo aquelas nas quais ocorrem perdas de informações entre prestadores de cuidado de saúde, foram identificadas como um risco à segurança do paciente. A informatização dos dados de saúde muitas vezes é apresentada como uma solução para melhorar a qualidade das passagens de caso e reduzir a ocorrência de eventos adversos relacionados à segurança do paciente. O objetivo deste artigo é ampliar nossa compreensão sobre as passagens de casos clínicos como uma questão de segurança do paciente e identificar questões sociotécnicas que possam afetar o êxito das ferramentas informatizadas de passagem de caso.
Métodos: Realizamos três estudos de caso etnográficos aprofundados. As anotações de campo foram transcritas e analisadas com o auxílio de um programa de análise de dados qualitativos. Os casos foram primeiro analisados individualmente e, em seguida, foram submetidos à análise cruzada.
Resultados: Identificamos cinco tipos de questões sociotécnicas que devem ser abordadas para que as ferramentas eletrônicas de passagem de caso sejam bem-sucedidas. A interdependência entre essas questões é observada de acordo com os ambientes nos quais ocorre o cuidado de saúde.
Conclusões: Nosso estudo sugere que, para que os sistemas computadorizados de informações de saúde promovam melhorias na segurança do paciente durante o processo de passagem de caso, é necessário abordar a natureza contextual das informações, as questões éticas e médico-legais ligadas à transferência de informações e as questões relacionadas aos padrões de dados e à interoperabilidade dos sistemas.
Purpose: Ineffective handovers in patient care, including those where information loss occurs between care providers, have been identified as a risk to patient safety. Computerization of health information is often offered as a solution to improve the quality of care handovers and decrease adverse events related to patient safety. The purpose of this paper is to broaden our understanding of clinical handover as a patient safety issue, and to identify socio-technical issues which may come to bear on the success of computer based handover tools.
Methods: Three in depth ethnographic case studies were undertaken. Field notes were transcribed and analyzed with the aid of qualitative data analysis software. Within case analysis was performed on each case, and subsequently, cross case analyses were performed.
Results: We identified five types of socio-technical issues which must be addressed if electronic handover tools are to succeed. The inter-dependencies of these issues are addressed in relation to arenas in which health care work takes place.
Conclusions: We suggest that the contextual nature of information, ethical and medico-legal issues arising in relation to information handover, and issues related to data standards and system interoperability must be addressed if computerized health information systems are to achieve improvements in patient safety related to handovers in care.
