Objetivo do estudo: Este estudo tem como objetivo descrever o processo de trabalho de transição no cuidado de sobreviventes de sepse que vão de hospitais para atenção primária domiciliar (APD) e identificar facilitadores e barreiras para permitir mudanças na prática e transições de cuidados seguras usando uma abordagem de fatores humanos e engenharia de sistemas. CONTEXTO: Apesar do alto risco de readmissão para sobreviventes de sepse, o processo de trabalho de transição no cuidado de hospitais para APD não foi descrito. MÉTODOS: Analisamos entrevistas semiestruturadas de avaliação de necessidades com 24 atores envolvidos na transição de sobreviventes de sepse de dois hospitais e uma agência afiliada de APD que participou do estudo científico de implementação original, I-TRANSFER. A análise qualitativa dos dados foi orientada pela estrutura da Iniciativa de Engenharia de Sistemas para Segurança do Paciente (SEIPS) para descrever o processo de trabalho e identificar os elementos do sistema de trabalho. RESULTADOS: Foram identificadas 31 tarefas caracterizadas como tarefas de tomada de decisão, educação do paciente, comunicação, informação, documentação e planejamento de tarefas. Faltavam facilitadores tecnológicos e organizacionais nas APD em comparação com os hospitais. Os elementos pessoais e organizacionais na APD tinham o maior número de barreiras, mas poucos facilitadores. Além disso, identificamos barreiras de tarefas específicas que poderiam dificultar a transferência de informações sobre sepse dos hospitais para as APD. CONCLUSÃO: Este estudo analisou os complexos processos de trabalho de transição no cuidado para sobreviventes de sepse que vão de hospitais para APD. Identificamos barreiras, facilitadores e áreas críticas de melhoria para permitir a implementação e garantir transições de cuidados seguras. Um achado importante foi o déficit de transferência de informações sobre sepse, destacando uma questão crítica para estudos futuros. APLICAÇÃO: Recomendamos o uso da estrutura SEIPS para analisar processos complexos de trabalho em saúde antes da implementação de intervenções baseadas em evidências.
STUDY AIM: This study aims to describe the transition-in-care work process for sepsis survivors going from hospitals to home health care (HHC) and identify facilitators and barriers to enable practice change and safe care transitions using a human factors and systems engineering approach. BACKGROUND: Despite high readmission risk for sepsis survivors, the transition-in-care work process from hospitals to HHC has not been described. METHODS: We analyzed semi-structured needs assessment interviews with 24 stakeholders involved in transitioning sepsis survivors from two hospitals and one affiliated HHC agency participating in the parent implementation science study, I-TRANSFER. The qualitative data analysis was guided by the Systems Engineering Initiative for Patient Safety (SEIPS) framework to describe the work process and identify work system elements. RESULTS: We identified 31 tasks characterized as decision making, patient education, communication, information, documentation, and scheduling tasks. Technological and organizational facilitators lacked in HHC compared to the hospitals. Person and organization elements in HHC had the most barriers but few facilitators. Additionally, we identified specific task barriers that could hinder sepsis information transfer from hospitals to HHC. CONCLUSION: This study explored the complex transition-in-care work processes for sepsis survivors going from hospitals to HHC. We identified barriers, facilitators, and critical areas for improvement to enable implementation and ensure safe care transitions. A key finding was the sepsis information transfer deficit, highlighting a critical issue for future study. APPLICATION: We recommend using the SEIPS framework to explore complex healthcare work processes before the implementation of evidence-based interventions.