Apoio aos profissionais da saúde após a ocorrência de um evento adverso em hospitais suíços: um estudo transversal

Franziska Reiser Crelie ; David Schwappach ; René Schwendimann
Título original:
Supporting health professionals after an adverse event in Swiss hospitals: a cross-sectional study
Resumo:

OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi identificar a prevalência de estruturas e processos organizacionais para apoiar as segundas vítimas em hospitais suíços. MÉTODOS: Para identificar políticas institucionais e sistemas de apoio aos profissionais da saúde envolvidos em um evento adverso e que se traumatizaram com o evento, também conhecidos como segundas vítimas, realizamos um estudo de pesquisa transversal e multicêntrico. O estudo envolveu hospitais suíços de cuidado agudo, hospitais universitários e psiquiátricos e clínicas de reabilitação e especializadas. Utilizamos um questionário com 13 itens para coletar informações com os responsáveis pelos sistemas de qualidade hospitalar sobre as suas instituições, políticas e práticas de apoio às segundas vítimas. Os dados foram analisados utilizando estatísticas descritivas. RESULTADOS: Participantes de 116 hospitais preencheram o questionário (taxa de resposta de 50,2%). A maioria dos participantes institucionais afirmou que gostaria de receber informações sobre os eventos adversos e que as suas instituições oferecem apoio nesses casos. Das instituições participantes, 60% indicaram que informam ativamente os seus funcionários sobre as possibilidades de apoio a segundas vítimas; entretanto, só 31% oferecem treinamento específico ao pessoal de supervisão para prestar esse apoio, e só 32% contam com diretrizes específicas no hospital para o apoio a segundas vítimas. Uma maior proporção de hospitais universitários, de cuidado agudo e clínicas especializadas utiliza tais diretrizes em comparação com as clínicas psiquiátricas e de reabilitação. A análise indicou uma associação entre o tamanho do hospital e a existência de diretrizes. CONCLUSÕES: Em hospitais suíços, o apoio à segunda vítima tende a apresentar boa prevalência, mas muitas vezes ocorre de forma não estruturada. Esta falta de metodologia aumenta o risco de que, após a ocorrência de eventos adversos, tanto a quantidade quanto a qualidade do apoio prestado aos profissionais da saúde sejam insuficientes. Um compromisso firme por parte dos líderes institucionais para implementar políticas voltadas ao tema poderia promover a adoção de diretrizes de alta qualidade para o apoio às segundas vítimas em hospitais suíços.

Resumo Original:

Resumo:
STUDY AIM: The aim of this study was to identify the prevalence of organisational structures and processes for the support of second victims in Swiss hospitals. METHODS: To identify institutional policies and support for health professionals who have been involved in an adverse patient event and become traumatised from the event, also called second victims, we conducted a cross-sectional, multicentre survey study. We targeted Swiss acute care, university and psychiatric hospitals, as well as rehabilitation and speciality clinics. A 13-item questionnaire was used to collect information from hospital quality managers regarding their institutions’ policies and support practices with respect to second victims. Data were analysed using descriptive statistics. RESULTS: Overall, respondents from 116 hospitals completed the questionnaire (response rate 50.2%). Most institutional respondents reported both that they would like to receive information about adverse events and that their institutions offer related support. Of participating institutions, 60% indicated that they actively inform their personnel about second-victim support possibilities; however, only 31% specifically train supervisory personnel to deliver that support, and only 32% have hospital-specific guidelines in place for second victim support. University, acute care and speciality clinics were more likely to use such guidelines than psychiatric and rehabilitation clinics. Analysis indicated an association between hospital size and the existence of guidelines. CONCLUSIONS: In Swiss hospitals, second victim support is generally prevalent, but often in an unstructured way. This lack of methodology increases the risk that, following adverse events, both the quantity and quality of support provided to health professionals will be insufficient. A firm commitment on the part of institutional leaders to implement related policies could foster the adoption of high-quality second victim guidelines in Swiss hospitals.

Fonte:
Swiss Medical Weekly ; 150: 20278; 2021. DOI: 10.4414/smw.2020.20278.