Associação entre o racionamento no cuidado de enfermagem e a mortalidade de pacientes internados em hospitais suíços
Objetivos: Explorar a relação entre a mortalidade de pacientes internados e o racionamento implícito no cuidado de enfermagem, a qualidade do ambiente de trabalho dos enfermeiros e o número de pacientes por enfermeiro em hospitais suíços dedicados ao cuidado de pacientes agudos.
Desenho: Estudo transversal correlacional.
Ambiente: Oito hospitais suíços dedicados ao cuidado de pacientes agudos examinados por meio de um estudo baseado em questionários e comparação com 71 instituições.
Participantes: Um total de 165.862 resumos de alta de pacientes tratados nos oito hospitais do estudo RICH (Rationing of Nursing Care in Switzerland Study) e 760.608 resumos de alta de pacientes tratados em 71 hospitais suíços dedicados ao cuidado de pacientes agudos que oferecem serviços semelhantes e possuem volumes de pacientes comparáveis aos dos hospitais do estudo RICH.
Principais medidas de desfecho: A variável dependente foi a mortalidade de pacientes internados. Utilizamos modelos de regressão logística para estimar os efeitos das medidas independentes no âmbito do hospital.
Resultados: A probabilidade de óbito dos pacientes tratados no hospital com o maior nível de racionamento foi 51% maior do que a dos pacientes tratados em instituições semelhantes (odds ratio [OR] ajustado: 1,51, IC 95%: 1,34-1,70). A probabilidade de óbito dos pacientes tratados nos hospitais deste estudo com os melhores índices de qualidade no ambiente de trabalho dos enfermeiros foi significativamente mais baixa (OR ajustado: 0,80, IC 95%: 0,67-0,97), e o risco de óbito dos pacientes tratados no hospital com a maior proporção de pacientes por enfermeiros (10:1) foi 37% mais alto (OR ajustado: 1,37, IC 95%: 1,24-1,52) do que o de pacientes internados nas instituições escolhidas para comparação.
Conclusões: As medidas de racionamento podem refletir condições do cuidado de saúde que aumentam o risco de resultados negativos para pacientes internados, devendo, portanto, receber atenção em futuros estudos sobre resultados hospitalares.
Objectives: To explore the relationship between inpatient mortality and implicit rationing of nursing care, the quality of nurse work environments and the patient-to-nurse staffing ratio in Swiss acute care hospitals.
Design: Cross-sectional correlational design.
Setting: Eight Swiss acute care hospitals examined in a survey-based study and 71 comparison institutions.
Participants: A total of 165 862 discharge abstracts from patients treated in the 8 RICH Nursing Study (the Rationing of Nursing Care in Switzerland Study) hospitals and 760 608 discharge abstracts from patients treated in 71 Swiss acute care hospitals offering similar services and maintaining comparable patient volumes to the RICH Nursing hospitals.
Main outcome measures: The dependent variable was inpatient mortality. Logistic regression models were used to estimate the effects of the independent hospital-level measures.
Results: Patients treated in the hospital with the highest rationing level were 51% more likely to die than those in peer institutions (adjusted OR: 1.51, 95% CI: 1.34-1.70). Patients treated in the study hospitals with higher nurse work environment quality ratings had a significantly lower likelihood of death (adjusted OR: 0.80, 95% CI: 0.67-0.97) and those treated in the hospital with the highest measured patient-to-nurse ratio (10:1) had a 37% higher risk of death (adjusted OR: 1.37, 95% CI: 1.24-1.52) than those in comparison institutions.
Conclusions: Measures of rationing may reflect care conditions that place hospital patients at risk of negative outcomes and thus deserve attention in future hospital outcomes research studies.