Avaliar o trabalho em equipe entre os profissionais clínicos: como medir e comparar aspectos dos modelos mentais da equipe de médicos e enfermeiros

Resumo
As percepções compartilhadas de uma tarefa entre os responsáveis por sua realização são importantes para alcançar resultados bem-sucedidos. Este estudo propõe uma estrutura para extrair vários aspectos dos “modelos mentais” dos membros da equipe (TMMs) de tarefas médicas complexas. A intenção é fornecer “prova de conceito” para uma metodologia para medir semelhanças e diferenças entre as percepções dos membros da equipe sobre atributos selecionados da tarefa. Aplicando nosso referencial em uma enfermaria de ginecologia, utilizamos a entrevista cognitiva e o mapeamento de conceitos para revelar diferenças entre os TMMs das equipes de médicos e enfermeiros. Essas diferenças de grupo refletem uma consciência limitada do nível de envolvimento, da carga de trabalho, das responsabilidades e das contribuições do outro grupo em relação à qualidade do cuidado. Defendemos que tais diferenças podem levar à frustração, ao conflito, a um mau trabalho em equipe e a riscos para a segurança do paciente; mas, uma vez identificadas e sujeitas a certas limitações, as diferenças podem ser usadas para desenvolver intervenções que melhorem o trabalho em equipe.
Palavras-chave: modelos mentais; segurança do paciente; falhas de processo; trabalho em equipe; qualidade do tratamento; estrutura e conteúdo do trabalho.
 

Abstract
Shared perceptions of a task among those responsible for its completion are important for achieving successful outcomes. This study proposes a framework for eliciting various aspects of team members' "mental models" (TMMs) of complex medical tasks. The intention is to provide 'proof of concept' for a methodology to measure similarities and differences between team members' perceptions of selected attributes of the task. Applying our framework in a gynecology ward, we use cognitive interviewing and concept mapping to reveal differences between the TMMs of doctor and nurse teams. These group differences are found to reflect limited awareness of the other group's level of involvement, workload, responsibilities and contributions to quality of care. We argue that such differences may lead to frustration, conflict, poor teamwork and risks to patient safety; but once identified, and subject to certain limitations, the differences could be used to develop interventions that will enhance teamwork.
Keywords: Mental models; Patient safety; Process failures; Teamwork; Treatment quality; Work structure and content.