Benchmarking da segurança hospitalar e identificação dos determinantes de complicações adquiridas no hospital: o caso da coorte longitudinal de serviços de cardiologia de Queensland
CONTEXTO: As complicações adquiridas no hospital (CAHs) envolvem altos custos e estão associadas a resultados de saúde adversos, embora sejam evitáveis. Os dados administrativos de saúde vinculados tornaram-se mais acessíveis e podem ser usados para monitorar e reduzir a ocorrência de CAHs. OBJETIVOS: Este estudo utilizou dados administrativos vinculados para comparar o desempenho de segurança dos hospitais e estimar o potencial viável de redução das CAHs. Também identificamos fatores de risco associados às CAHs e estimamos os seus efeitos sobre os resultados adversos de saúde e os custos hospitalares. MÉTODOS: Este foi um estudo de coorte retrospectivo com dados vinculados. A coorte incluiu 371.040 internações de múltiplos dias de 83.025 pacientes com doenças cardiovasculares internados em hospitais públicos em 2010, com acompanhamento até 2015. Aplicamos a análise envoltória de dados (data envelopment analysis) para comparar o desempenho dos hospitais em termos de segurança do paciente. Usamos a regressão logística para examinar a probabilidade de ocorrência de CAHs e seus efeitos sobre a mortalidade hospitalar e a reinternação em 30 dias. Modelos lineares generalizados foram usados para identificar os impactos das CAHs nos custos hospitalares e no tempo de internação hospitalar. RESULTADOS: Em média, 9,3% das internações hospitalares de múltiplos dias envolveram CAHs. A taxa média de CAHs pode ser reduzida em dois pontos percentuais se todos os hospitais alcançarem o desempenho de segurança dos hospitais que utilizam as melhores práticas. Idade avançada e múltiplas comorbidades foram os principais fatores associados à ocorrência de CAHs. CONCLUSÕES: Pacientes com doenças cardiovasculares que sofrem CAHs têm maior risco de mortalidade, permanecem mais tempo no hospital, e seu cuidado de saúde envolve custos mais elevados. As taxas médias de CAHs podem ser reduzidas em dois pontos percentuais por meio do aprendizado mútuo.
BACKGROUND: Hospital-acquired complications (HACs) are costly and associated with adverse health outcomes, although they can be avoided. Administrative linkage health data have become more accessible and can be used to monitor and reduce HAC. AIMS: This study aims to use linkage administrative data to benchmark the safety performance of hospitals and estimate the feasible magnitude that HAC can be reduced. We also identify risk factors associated with HACs, and estimate the effects of HACs on adverse health outcomes and hospital costs. METHODS: This is a retrospective linkage cohort study. The cohort includes 371,040 inpatient multiple-day admissions of 83,025 cardiovascular disease patients admitted to public hospitals in 2010 with follow-ups until 2015.Data envelopment analysis was applied to benchmark the patient safety performance of hospitals. Logistic regression was used to examine the odds of HAC and its effects on in-hospital mortality and 30-day readmission. Generalised linear models were used to identify the impacts of HACs on hospital costs and the length of hospital stay. FINDINGS: On average, 9.3% of multiple-day hospital admissions were associated with HACs. The average HAC rate can be reduced by two percentage points if all hospitals achieve the safety record of best-practice hospitals. Old age and multiple comorbidities were major driving factors of HACs. CONCLUSIONS: Cardiovascular disease patients with HAC have a higher risk of death, stay longer in hospitals and incur higher health care costs. The average HAC rates can be reduced by two percentage points by learning