Resumo
Muitos estudos em populações de todo o mundo estabeleceram os principais sintomas que caracterizam a Doença do Coronavírus de 2019 (COVID-19) e a COVID longa. No entanto, como os sintomas também podem ocorrer na ausência de COVID-19, a falta de controles apropriados muitas vezes torna difícil examinar a especificidade dos sintomas para COVID-19 aguda ou COVID longa, bem como a sua extensão e duração após a infecção. Analisamos as prevalências individuais de sintomas e caracterizamos os padrões de sintomas de COVID-19 e COVID longa em nove estudos longitudinais realizados no Reino Unido, totalizando mais de 42.000 participantes. Realizando análises de classes latentes separadamente em três grupos (“sem COVID-19”, “COVID-19 nas últimas 12 semanas”, “COVID-19 há mais de 12 semanas”), os dados não corroboram a presença de mais de dois padrões distintos de sintomas, aqueles com uma alta e baixa carga de sintomas em cada grupo. Comparando as classes com alta carga de sintomas entre os grupos “COVID-19 nas últimas 12 semanas” e “sem COVID-19”, identificamos sintomas característicos de COVID-19 aguda, incluindo perda de paladar e olfato, fadiga, tosse, falta de ar e dores musculares. Comparando as classes com alta carga de sintomas entre os grupos “COVID-19 há mais de 12 semanas” e “sem COVID-19”, identificamos sintomas característicos da COVID longa, incluindo fadiga, falta de ar, dores musculares, dificuldade de concentração e aperto no peito. Os padrões de sintomas identificados em pessoas com COVID-19 há mais de 12 semanas estiveram fortemente associados ao tempo autorrelatado de incapacidade funcional devido aos sintomas de COVID-19, sugerindo que o padrão de sintomas identificado corresponde à COVID longa. A ampliação da base de evidências sobre os sintomas típicos da COVID longa melhorará o diagnóstico dessa condição e a capacidade de identificar seus mecanismos biológicos subjacentes, melhorando o acesso dos pacientes a serviços terapêuticos.
Abstract
Multiple studies across global populations have established the primary symptoms characterising Coronavirus Disease 2019 (COVID-19) and long COVID. However, as symptoms may also occur in the absence of COVID-19, a lack of appropriate controls has often meant that specificity of symptoms to acute COVID-19 or long COVID, and the extent and length of time for which they are elevated after COVID-19, could not be examined. We analysed individual symptom prevalences and characterised patterns of COVID-19 and long COVID symptoms across nine UK longitudinal studies, totalling over 42,000 participants. Conducting latent class analyses separately in three groups ('no COVID-19', 'COVID-19 in last 12 weeks', 'COVID-19 > 12 weeks ago'), the data did not support the presence of more than two distinct symptom patterns, representing high and low symptom burden, in each group. Comparing the high symptom burden classes between the 'COVID-19 in last 12 weeks' and 'no COVID-19' groups we identified symptoms characteristic of acute COVID-19, including loss of taste and smell, fatigue, cough, shortness of breath and muscle pains or aches. Comparing the high symptom burden classes between the 'COVID-19 > 12 weeks ago' and 'no COVID-19' groups we identified symptoms characteristic of long COVID, including fatigue, shortness of breath, muscle pain or aches, difficulty concentrating and chest tightness. The identified symptom patterns among individuals with COVID-19 > 12 weeks ago were strongly associated with self-reported length of time unable to function as normal due to COVID-19 symptoms, suggesting that the symptom pattern identified corresponds to long COVID. Building the evidence base regarding typical long COVID symptoms will improve diagnosis of this condition and the ability to elicit underlying biological mechanisms, leading to better patient access to treatment and services.