Contexto: Os erros clínicos em unidades de terapia intensiva (UTIs) são consistentemente atribuídos a erros de comunicação. Apesar da sua importância para a segurança do paciente e a qualidade do cuidado em ambientes de terapia intensiva, poucos estudos consideram a comunicação interprofissional como algo que vá além da troca básica de informações. Métodos: Realizamos uma revisão de escopo da comunicação interprofissional em UTIs para (1) caracterizar como a comunicação é definida e medida e (2) identificar as contribuições que a área da comunicação em saúde pode fazer para a comunicação em equipe em UTIs. Realizando uma série de consultas nas bases de dados PubMed e Communication and Mass Media Complete, identificamos e comparamos as lacunas persistentes na forma como a comunicação é enquadrada e teorizada em 28 artigos de periódicos da área da saúde e 6 das ciências sociais. Identificamos as prioridades de pesquisa e sugerimos estratégias para discutir a comunicação de forma mais holística em futuros estudos na área da saúde. Resultados: A revisão incluiu 34 artigos publicados de 1999 a 2021. Seis artigos definiram a comunicação de forma explícita. Seis foram publicados em periódicos de ciências sociais, mas nenhum deles foi de autoria de um acadêmico da área da comunicação. A metade dos artigos abordou a comunicação como uma transação centrada na transferência de informações, e a outra metade a abordou como um processo. Conclusões: Identificamos implicações metodológicas com o intuito de encorajar futuras colaborações interdisciplinares para estudar a comunicação em UTIs. Discutimos a importância de (1) descrever a comunicação usando uma linguagem que facilite o envolvimento interdisciplinar, (2) priorizar a comunicação como um processo e usar métodos qualitativos para compreender os temas e (3) envolver especialistas em comunicação na área da saúde e aproveitar suas teorias para facilitar o desenvolvimento de questões e desenhos de pesquisa mais proveitosos.
Background: Clinical errors in intensive care units (ICUs) are consistently attributed to communication errors. Despite its importance for patient safety and quality in critical care settings, few studies consider interprofessional communication as more than the basic exchange of information. Methods: We conducted a scoping review of interprofessional communication in ICUs to (1) characterize how communication is defined and measured and (2) identify contributions the field of health communication can make to team communication in ICUs. Through a series of queries in PubMed and Communication and Mass Media Complete databases, we identified and compared persistent gaps in how communication is framed and theorized in 28 publications from health services and 6 from social science outlets. We identified research priorities and suggested strategies for discussing communication more holistically in future health services research. Results: 34 articles published from 1999 to 2021 were included. Six explicitly defined communication. Six were published in social science journals, but none were authored by a communication studies scholar. Half of the articles addressed communication as a transaction focused on information transfer, and the other half addressed communication as a process. Conclusions: Methodological implications are identified with the intent to encourage future interdisciplinary collaboration for studying communication in ICUs. We discuss the importance of (1) using language to describe communication that facilitates interdisciplinary engagement, (2) prioritizing communication as a process and using qualitative methods to provide insight, and (3) engaging health communication theories and experts to assist in developing more fruitful research questions and designs.